O tempo passa, mas não altera o modelo político que se utiliza de qualquer evento, seja doloroso ou não, para conquistar ganhos eleitorais.
A recente tragédia gaúcha não tem sido poupada.
O dilúvio, que assolou Porto Alegre, inundou de tal forma o aeroporto Salgado Filho que, passadosmais de trinta dias da catástrofe, não permitiu sua recuperação, prevendo seu retorno operacional para dezembro. Sem receita, não há fórmula mágica que permita manter o salário dos funcionários, exigindo proporcional redução no quadro de colaboradores.
Em período eleitoral, essa possibilidade estimula o populismo de determinada categoria de políticos na tentativa de atrair a atenção e conquistar apoio eleitoral de eleitores fragilizados.
É o que ocorreu essa semana. A concessionária do aeroporto de Porto Alegre, pressionada pela prolongada inatividade promoveu demissões, provocandoreações de alguns políticos gaúchos, denunciando as demissões junto a Justiça do Trabalho.
Em que pese a precariedade da situação dos funcionários, provavelmente, a decisão da empresa foi tomada após rigorosa análise de cenários, e somente se concretizou por exclusiva falta de recursos, que, no setor privado, infelizmente não brotam do asfalto.
Os funcionários demitidos, sem dúvida, necessitam imediata solução que equacione suas situações e efetivamente os ajude a enfrentar o atual quadro de desestabilidade econômica. Por outro lado, a dificuldade é geral, ultrapassa os limites do aeroporto, a exigir solução coletiva.
E agora, José?
Como resolver esse gigantesco problema? Com burocracia, propaganda e discursos? Com recursos do contribuinte?
As vítimas da tragédia não podem esperar.
PUBLICADO POR:
Aluizio Torrecillas | Revista Diária
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