BRASIL
CORONAVÍRUS
ENTREVISTA
EM TEMPO DE PÂNICO, UMA ANÁLISE EQUILIBRADA
Com um cenário de epidemia sensacionalista, alimentado por uma sectária imprensa e pelo oportunismo político, conturbando todo o ambiente econômico e levando pânico à população, a Revista Diária oferece a seus leitores análise equilibrada do Professor e Consultor Hélio Mendes, especialista em Planejamento e Gestão Quântica, em sucinta e precisa entrevista onde insere o conceito de democracia digital e aborda aumento de insegurança pública.
REVISTA DIÁRIA
Como o senhor analisa os dois lados da crise, o da saúde e o da economia, com sua experiência como consultor nas áreas pública e privada?
HÉLIO MENDES
Vejo com muita preocupação. Não poderia haver dois lados, porque não podemos ver apenas o lado da saúde ou apenas o lado econômico. O lado da saúde, caso não se tomem medidas inteligentes, e não apenas simplistas, não vai se resolver – e muito menos se formos radicais. E frear a economia é ignorar as necessidades da população, principalmente dos que trabalham hoje para comer amanhã, e piora ainda mais as dos que estão desempregados. Se a quarentena se prolongar, corremos o risco de ter saques e aumento da criminalidade.
REVISTA DIÁRIA
Mas a maioria dos governadores e prefeitos tem adotado medidas que hoje foram classificadas como horizontais, ou seja, de parar tudo, fato com o qual o presidente da República não concorda e, com isso, está tendo grande desgaste. Como o senhor analisa esse confronto?
HÉLIO MENDES
O presidente da República tem acertado no que fazer e errado na hora de comunicar, porém, não é o momento de dizer quem está certo ou errado, e sim de focar o problema, sem partidarismo. É hora de ser patriota. Acredito que é necessário e possível conciliar medidas de prevenção com medidas econômicas. Está faltando bom-senso e há excesso de oportunismo. Falta diálogo. Temos vivido há algum tempo interesses de grupos se sobrepondo aos interesses nacionais. Os brasileiros não suportam mais esta situação, “o leite pode derramar”.
REVISTA DIÁRIA
Que soluções o senhor recomenda para resolver a crise?
HÉLIO MENDES
Primeiro, recuperar o bom-senso. Não é hora de fazer apenas política, porque esta, ao contrário do que muita gente pensa, é necessária, é inerente ao ser humano – e agora é hora da boa política e da boa administração. É necessário, de forma planejada e gradual, liberar urgentemente a atividade econômica. Com terrorismo e parando a atividade econômica, não vamos resolver os problemas. Com medidas de cima para baixo não se resolve mais o que está acontecendo. Hoje vivemos a democracia digital. A classe política, com raríssimas exceções, ainda não entendeu que o mundo mudou.
REVISTA DIÁRIA
O senhor acredita que a classe política vai recuperar o bom-senso que está sugerindo?
HÉLIO MENDES
Não acredito, mas é necessário para evitar o pior. A velha política ainda predomina no País e parte significativa das lideranças de vários setores acredita que pode tudo. Na verdade, as lideranças terão que se reciclar, se adaptar ao que chamo de democracia digital. O cidadão vota todo dia, toda hora; os conflitos tendem a aumentar. Tenho duas certezas: não vamos resolver o problema da saúde parando a atividade econômica, e muito menos fazendo politicagem com coisa séria. O século XXI não é apenas mais um século, mas um mundo novo. Todos os setores terão que ser reinventados e vamos sair diferentes desta crise. E vamos sair!