POLÍTICA
ARTIGO
Com Luiz Bittencourt
A RESPONSABILIDADE DOS PARTIDOS
Estamos a poucos meses das eleições de 2020, quando serão definidos os destinos dos municípios.
No geral, os eleitores não se dão conta da importância das escolhas municipais. Apesar das políticas públicas serem desenvolvidas segundo o modelo top down, a vida do país evolui nos municípios e é lá que a economia prospera.
Não só os eleitores estão desatentos para a relevância do pleito. Os próprios candidatos, preocupados com a manutenção, ou com a conquista de seus espaços políticos, não percebem oportunidades de potencializar suas ações em benefício da comunidade.
Esse exagerado interesse pessoal terminou por quase eliminar, nos períodos não eleitorais, a representatividade do modelo político vigente.
A adição da famigerada corrupção, alimentada pela garantia da impunidade, a esse rotineiro distanciamento, resultou em desgastada imagem do político, beirando o irrecuperável. Mesmo assim, os políticos relutam em aceitar os novos padrões impostos pela sociedade.
Diante da audaciosa resistência, a solução encontrada pelo eleitor foi investir em outsiders, não contaminados pelo viciado modelo e portadores de confiável representatividade.
Aumentou, então, a responsabilidade dos partidos políticos que deveriam utilizar parâmetros de seleção de candidatos que combinassem a eliminação das antigas e condenáveis práticas com a oferta ao eleitor de confiáveis opções de comprometimento, competente gestão e visão de futuro.
A dificuldade nessa missão está sendo encontrar cidadão que aceite ser inserido em uma classe, há muito, desacreditada.
Estamos na era do conhecimento, da indústria 4.0 e da economia circular, em que a seleção de gestores pelo eleitorado deveria abranger, além da sinergia com a população, atributos de confiança, de capacidade para formar e manter equipe, de articulação para captar investimentos, de planejamento e construção de futuro e de calculada ousadia.
Se, ainda assim, os eleitores do município, priorizando também o interesse pessoal, decidirem escolher representantes já testados sem sucesso ou participantes da congregação “mais do mesmo”, a degradação econômica se ampliará e sua recuperação será postergada.
Por enquanto, a bola está com os Partidos Políticos que têm o intransferível poder de selecionar o produto a ser consumido.
Enquanto não for permitida candidatura avulsa, o nível da eleição, e da consequente regeneração da economia municipal, é exclusiva responsabilidade dos Partidos.
Luiz Bittencourt, Engenheiro Metalúrgico pela UFF; Master of Engineering pela McGill University, Montreal, Canadá e pós graduado em Comércio Exterior pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Consultor especializado em Relações Institucionais e Governamentais. Diretor da LASB Consultoria. e-mail: [email protected]
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