OPINIÃO
A crise econômica desencadeada pela quarentena não teve força suficiente para desequilibrar a consistente evolução do agronegócio brasileiro. Apesar das restrições, seu PIB cresceu 5,26% no primeiro semestre de 2020, comparado ao mesmo período de 2019, consequência da volumosa safra de grãos e excelente desempenho nas exportações, representando mais de 21% do PIB brasileiro. Não há qualquer dúvida de que o Brasil é o celeiro do mundo e o agronegócio brasileiro é um dos principais atores da economia nacional.
Esse é o Brasil que já deu certo.
Essa onda de competente ocupação do espaço econômico ainda tem amplo ambiente de crescimento, exigindo investimento e capacitação dos envolvidos.
Estamos, pois, diante de um vetor econômico de alta produtividade e de reconhecido sucesso global cujo poder transformador foi, infelizmente, negligenciado pelos últimos gestores do município de Barra do Piraí.
Barra do Piraí está localizada no centro da região sul do estado do Rio de Janeiro, logística que se bem utilizada pode se transformar em vantagem comparativa, e possui área de 582 Km2, grande parte dela possivelmente agriculturável. Possivelmente, porque não se tem notícia de avaliação técnica que identifique as vocações produtivas das várias regiões do município.
O que se sabe é informado pelo Portal da Prefeitura que apresenta agricultura e pecuária como as principais atividades econômicas do município, sem sequer divulgar indicadores que permitam avaliar a situação atual do município.
O estado do Rio de Janeiro é, reconhecidamente, de baixa capacidade produtiva, deixando amplos e importantes espaços para municípios que se apresentem com atitudes desafiadoras e com visão organizada sobre a construção de futuro.
Se essas oportunidades não são suficientes para estimular o gestor público, resta o inevitável enfrentamento do desastre econômico proporcionado pela quarentena, cuja nefasta consequência se espera para o início de 2021, com explosão do desemprego.
O agronegócio oferece a chance de alavancar a economia, além de retornar o homem ao campo, oferecendo emprego, renda, êxito ao empreendedor e consequente aumento da arrecadação.
Novo administrador municipal será em breve escolhido pelos barrenses que não se arrependerão se selecionarem alguém que considere incisiva participação do agronegócio no seu Plano de Governo.
E, se o eleito se utilizar do planejamento estratégico como instrumento de orientação, certamente ousará políticas públicas de forte estímulo ao produtor rural e de atração de investimentos e, como consequência, o município colherá excelentes frutos em médio e longo prazos.
Lembre-se, quem pensa pequeno, nunca será grande.