POLÍTICA
ARTIGO COM LUIZ BITTENCOURT
BARRA DO PIRAÍ EM 2050
Meados do século XX e a economia barrense refletia os ritmos do país e do Estado, com investimentos produtivos e consequente aquecimento no consumo.
Essa dobradinha reverberava na qualidade de vida, no dinamismo do comércio e nos serviços ofertados pelo município.
Barra tinha como atrativos a logística, baseada na ferrovia/rodovia, e os rios Paraíba do Sul e Pirai, imprescindíveis à produção industrial (Curtume Barrense, Martuscello, Thyssen, por exemplo)
União e Estado surfavam no sucesso econômico do qual Barra do Pirai se beneficiava, fomentando ambiente propício ao desenvolvimento industrial, mas, preguiçosamente, abandonava a vocação para o agronegócio.
Não sendo excludentes, foi uma equivocada renúncia.
Eis que a decadência se inicia com a União perdendo o interesse pelo modal ferroviário e o Estado, ao descambar para a degeneração moral, perde segurança jurídica e acelera a desindustrialização na região.
Sem logística, sem indústria e sem agronegócio, Barra é admitida na vala comum dos municípios sem sustentabilidade, excessivamente dependentes da União e do Estado, este último com economia em queda livre.
A perda da vantagem fornecida pela logística foi determinante para o declínio barrense.
Até os rios, abandonados, progressivamente se tornaram comprometidos.
Entramos no século XXI com a economia barrense engessada pela total dependência do Estado. Passaram-se 20 anos e nada mudou.
O que será de Barra do Pirai daqui a 30 anos?
O cenário do futuro, com a reconstrução do município, precisa ser desenhado agora.
Se o critério utilizado pelo eleitor, para análise e seleção de seu candidato, se mantiver inalterado, pouca ou nenhuma diferença será encontrada na Barra do Piraí da metade do século XXI.
2050 começa em 2020
Luiz Bittencourt – Eng. Metalúrgico/UFF; M. of Eng./McGill University/Montreal/Canadá; Pós-graduado em Comércio Exterior/Universidade Mackenzie/SP.