Não faz a grande diferença que muitos acreditam. Não vivemos mais uma geopolítica norteada pela Guerra Fria, em que a escolha era entre Estados Unidos e União Soviética. O Brasil é a sexta economia do mundo, responsável pela segurança alimentar mundial, e sempre adotou uma postura pragmática.
O presidente da República pode ter a sua preferência e até manifestá-la, mas o Estado brasileiro respeita o resultado das eleições porque, no relacionamento internacional, um dos princípios é o da soberania. É muito claro que a relação é entre Estados, e não entre presidentes.
Para os americanos faz diferença entre um ou outro, mas não de forma radical, porque a democracia é um processo que leva os planos de governo, na prática, para o centro. Em países que não têm ideologia liberal, o governo concentra mais poder, mas não é caso dos Estados Unidos, como estamos assistindo como também no Brasil. O mercado é um camaleão, flutua em todas as mudanças, mas se acalma e adapta-se a qualquer ambiente.
E não podemos esquecer que há vários tipos de interesse. A China é o maior parceiro comercial do Brasil, os Estados Unidos são o segundo, mas no campo geopolítico o Brasil é o maior parceiro dos norte-americanos na América do Sul; assim, podemos concluir que há grande interesse das duas grandes nações em se relacionar com o Brasil. O que precisamos é defender a Bandeira Nacional e deixar de acreditar nas matérias sensacionalistas.
Hélio Mendes – Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia. [email protected] / www.institutolatino.com.br