POLÍTICA & NEGÓCIOS
ARTIGO com Luiz Bittencourt e Hélio Mendes
CACHORRO DE RAÇA SEM CRISE DE VIRA-LATAS
À medida que a globalização avança, os mercados se ampliam e as redes sociais, eliminando intermediários, facilitam o acesso das cadeias produtivas ao público.
Surgem nesse contexto valiosas oportunidades, mas… “não tem almoço de graça”.
Elas, as oportunidades, exigem grandes mudanças, muito trabalho e enormes sacrifícios, de tal forma que lideranças da economia mundial não são obtidas por acaso.
A preferência nacional por direitos, em detrimento de deveres, é cultura perniciosa que o novo governo e sua equipe tentam expurgar, o que motivou a população a elegê-lo.
Entretanto, na aprovação das propostas, surgem as conhecidas dificuldades, criadas até pelos que concordam com o projeto.
Alheia às nossas fraquezas, a Índia desponta com robusto apetite pelo consumo, ameaçando a liderança chinesa no crescimento da demanda asiática.
Em que pese otimistas previsões para todos os setores nacionais, muitas empresas – e até setores – ainda não estão preparados para atender a esse movimento.
O cenário exige novos conhecimentos, novas atitudes, novas estruturas de negócios e, principalmente, ousadia.
O carro-chefe brasileiro, até agora, tem sido o agronegócio. Porém, os produtos acabados que importamos são fabricados, em grande parte, com nossas matérias-primas.
Esse modelo se exauriu e não pode ser mantido, exigindo investimentos em educação e pesquisa, solução conhecida desde a substituição das importações, mas até hoje desdenhada.
Japão e China não as desprezaram, galgaram patamares tecnológicos, alocaram estudantes nas principais universidades do mundo e passaram a assinar contratos de transferência tecnológica em seus solos.
O novo governo brasileiro tem mostrado, com bastante clareza, que deseja eliminar todos os obstáculos que dificultam a competição do produto nacional no mercado internacional.
Muitos setores industriais apoiam, mas não abrem mão da cultura do subsídio e do recorrente socorro do estado que beneficia alguns e penaliza muitos. Como consequência, continuamos um país periférico.
Enquanto isso, o setor que mais cresce, que obtém maior rentabilidade, que pouco produz, mas foi criado para atender à atividade produtiva é o setor bancário. Com esse modelo perverso, não temos chance.
O Brasil, por sua posição estratégica e abundância de recursos, não deve se limitar a contribuir com a qualidade de vida para os brasileiros, ou para a humanidade, mas precisa se conscientizar da capacitação necessária para conquistar posição de relevância na ordem mundial.
Temos um governo que abandonou o atraso e as discussões tangenciais e improdutivas.
A leitura correta do momento impõe “open minded”, pensar grande, conhecimento, atitude, ousadia e ação despojada.
A manutenção de um estado patrimonial, um corporativismo assoberbado e uma classe política com medíocres atitudes, nos limitará a observar a passagem do trem da história
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