POLÍTICA & NEGÓCIOS
com Hélio Mendes
CENÁRIO EMPRESARIAL EXTERNO, OPORTUNIDADES E AMEAÇAS
As empresas, de uma forma geral, não se dedicam como deviam à análise de cenários, a avaliar o ambiente externo, principalmente o macroambiente. Mas a grande verdade é que a sobrevivência de qualquer organização está em se relacionar com o ambiente externo.
É nele que se encontram as oportunidades e as ameaças, as quais, se visualizadas corretamente, possibilitam obter grandes ganhos e evitar perdas.
Cabe aqui utilizar e adequar o pensamento de Sun Tzu: se conhecemos o inimigo – ou seja, o ambiente externo – e a nossa organização (ambiente interno), não precisamos temer os resultados de centenas de combates.
Podemos comparar a relação entre as empresas e o ambiente externo com a que existe entre a dançarina e a música: a primeira tem que estar em sintonia com a segunda. Quando sai do ritmo, comete um erro.
Quando a empresa não está em sintonia com o que acontece fora, perde oportunidades ou se sujeita a uma ameaça.
É visível o crescimento da globalização e, com o evento da internet, do número de informações, o que altera o ambiente das organizações acima da capacidade dos gestores.
Tal fato tem aumentado a importância de criar as áreas de Inteligência nas empresas, para acompanhar as mutações nos ambientes. Um estudo bem feito de cenários permite tomar boas decisões.
O que nos preocupa é que até setores nacionais ainda não possuem estruturas para acompanhar o que acontece dentro da sua área de atuação, e muito menos no macroambiente.
Lembrando que ter estrutura é o mínimo, porque a sintonia com o ambiente externo é mais do que uma questão cultural, é uma extensão da organização, isto é, ela tem que ter competência até para contribuir na construção do seu ambiente externo.
Um negócio nasce após uma análise do ambiente e cresce – ou morre, quando perde a capacidade de interagir. Hoje as empresas vivem mais em ambientes de alta incerteza do que antes, em razão da internet. Isso aumenta as dificuldades das organizações em se adaptarem às mudanças.
Um bom exemplo são os setores de commodities, que até pouco tempo nas análises de cenários eram classificados como simples, estáveis e de baixa incerteza. Atualmente, em muitos momentos passaram a ser classificados como simples, instáveis e de alta incerteza.
Como administrar uma empresa? Podemos parafrasear Michelangelo: simplesmente retirando do cenário tudo o que não é necessário.
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