COMEÇO DE UM NOVO DISTRITO FEDERAL
Não resta a menor dúvida de que Ibaneis será o próximo governador do Distrito Federal, resultado da avassaladora rejeição à velha forma de fazer política. Ibaneis passa, então, a encarnar a oxigenação inovadora, a honestidade e a sinceridade no trato da coisa pública e a almejada competência administrativa. Sua campanha sugere um novo estilo de liderança, com transparência e firmeza nas articulações com o legislativo, ousadia no estabelecimento de políticas públicas, independência na definição da equipe e utilização de modelo competitivo no estabelecimento de metas.
Diversos desafios do novo governante são imediatamente elencados pelo histórico das anteriores administrações. Sobressaem-se baixíssima industrialização e agro industrialização, problemas crônicos de mobilidade urbana, insuficientes serviços de saúde e educação, queda da atividade econômica e elevada dependência do setor público e do setor de serviços. O congelamento dos gastos reais definido pelo governo federal reduzirá a arrecadação do GDF, mitigando o efeito multiplicador, consequentemente reduzindo o consumo. Segurança pública ganhou notoriedade com o aterrorizante evento no Pier 21, do último domingo. Como se essas adversidades não exigissem enorme e determinado esforço do governo, há um desafio de natureza exógena que exigirá especial atenção.
Jair Bolsonaro – pelas recentes pesquisas será o futuro Presidente da República – ecoando pensamento do futuro Ministro da Economia, Paulo Guedes, declarou diversas vezes em seus discursos de campanha sua intenção de promover “mais Brasil e menos Brasília”. Considerando o poder dos criadores da frase, essa promessa será cumprida e, sem sombra de dúvida, sua execução impactará a economia do Distrito Federal, desequilibrando o nível de emprego. A dimensão desse projeto precisa ser identificada e sua realização muito bem articulada para atenuar os malefícios à capital da República.
Diante dessa relevante ameaça, que pode ser transformada em oportunidade, será necessário inovar em ambiente onde a empregabilidade se apresentará como a principal motivação do executivo. Consequentemente, a atração de investimentos produtivos se impõe, seja na indústria de transformação, seja no agronegócio, com relevante espaço para empresas de pesquisa e desenvolvimento, sem esquecer a construção civil. Compras governamentais poderão se concentrar nas ofertas locais, construindo um círculo virtuoso. É preciso elevar a receita tributária, sem aumentar os impostos e mais do que nunca, é preciso reduzir a dependência do governo central.
A cesta está repleta de obstáculos e de chances, além de muita esperança da população que está ansiosa para o começo de uma nova e promissora era.
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