A VERDADE SOBRE O CASO “AMELINHA TELES”
Caros amigos
Uma das normas da Força Guerrilheira do Araguaia (FOGUERA) era a proibição de que as guerrilheiras engravidassem. As grávidas eram obrigadas a abortar. Caso não consentissem com o aborto, seriam “justiçadas”.
Por medida de segurança ninguém estava autorizado a sair da área de guerrilha. Essa era uma norma seguida a risco.
Criméia, irmã de Amelinha Teles e nora de Maurício Grabois, o comandante da guerrilha, engravidou em agosto de 1972. Estava com 3 meses de gravidez e, contrariando todas as determinações existentes, foi retirada área de guerrilha por determinação do sogro.
Mais tarde, quando uma gráfica do PC do B foi “estourada”, em São Paulo, Amelinha, César Augusto (marido de Amelinha) e Criméia foram presos. Os dois filhos do casal, como não poderiam permanecer no local, foram junto com os pais para o DOI .
Ao chegarem, os três foram entrevistados pelo Major Ustra que lhes disse que as crianças não poderiam permanecer naquele local. Perguntados se tinham algum parente em São Paulo que pudesse se responsabilizar por elas, responderam que as crianças tinham tios e que poderiam ficar com eles.
Feito o contato, os familiares pediram alguns dias para apanhá-las.
Ustra decidiu que, enquanto aguardavam a chegada dos tios, as crianças permaneceriam sob o cuidado do Juizado de Menores.
Amelinha e César Augusto pediram que seus filhos não fossem para o Juizado.
Uma policial militar, que assistia ao diálogo, se ofereceu para ficar com Janaína e Edson Luis até a chegada de seus tios, com o que os pais concordaram.
Movido mais pelo coração do que pela razão, Ustra julgou que essa seria a melhor solução. As crianças foram levadas para a casa da agente e, para que não sentissem a falta dos pais, diariamente, eram conduzidas ao DOI para ficar algum tempo, aproximadamente duas horas, com eles.
Isso se repetiu até a sua entrega aos tios, na presença dos pais.
No 7º mês de gravidez, Criméia permaneceu por 24 dias no DOI, até ser encaminhada para Brasília. Seu filho, João Carlos Schimidt de Almeida Grabois, nasceu no Hospital do Exército de Brasília (Foto), em 13/02/1973 e, em 2005, foi indenizado pelo governo brasileiro “porque estava no útero de sua mãe quando ela foi presa”
É notório o aumento do número de “torturados”, de perseguidos políticos e de vítimas dos chamados ”anos de chumbo”, após o ano de 2002, quando foi promulgada a Lei das Indenizações. Amelinha está no time!
“Acuse-os do que você é e do que você faz”!
Mário Lago, comunista até a morte, ensinava: “quando sair da cadeia, diga que foi torturado. Sempre.” (http://inacreditavel.com.br/wp/a-verdade-eu-menti/)