POPULISTA NÃO, ESTADISTA SIM!
Estamos vivendo um momento muito crítico no País e no mundo. É necessário repensar. Há uma mudança cultural, os valores estão passando por uma grande metamorfose, que vai da família aos negócios. Vivemos no País um período eleitoral no qual os assuntos estruturais deveriam ser abordados, mas isso não está acontecendo. Temos assistido, por parte da maioria dos candidatos e das mídias, a atitudes e narrativas fora do contexto.
As instituições e a população colocam-se como vítimas dentro do processo, entretanto, não deviam. Os atuais representantes foram eleitos pelo voto. Se a situação chegou ao ponto em que está, foi com o consentimento, com o aval do cidadão, que escolheu mal, que não cobra dos seus representantes – e estes adotam práticas fisiológicas, não cultivam valores nacionais.
General Mourão, em recente palestra na cidade de Uberlândia, fez uma análise ampla da conjuntura mundial e nacional, deixando claro, no meu ponto de vista, que, se continuarmos com as práticas atuais, desconsiderando a transformação que acontece no contexto maior, corre risco a soberania nacional.
Esta deveria ser o norte do debate político e a preocupação de todos os segmentos da sociedade, e não questões menores – para não dizer medíocres –, como vem acontecendo.
Nesta eleição e nas próximas, os candidatos e as principais lideranças deveriam tirar um tempo para construir a boa política, analisando o contexto mundial, as reformas estruturais, que modelo de Estado precisamos para que o País assuma a sua posição no mundo. Algumas pessoas têm feito críticas ao período dos governos militares, esquecendo que eles fizeram uma passagem planejada do poder para sociedade civil. E após receber, sem conflito, o poder, essa sociedade não implantou de forma responsável a democracia. Pelo contrário, criou uma estrutura de Estado em que a população paga e não recebe os benefícios a que tem direito.
Seria oportuno que os atuais candidatos estudassem o livro de Golbery do Couto e Silva, que escreveu sobre planejamento e segurança nacional, afirmando, na conclusão: “Segurança e Liberdade são dilemas decisivos com que sempre se viu defrontada a humanidade, nunca, porém, como hoje, em circunstâncias tão dramáticas e tão imperiosas assim”.
Publicou em 1981; é como se estivesse escrevendo hoje.
O que o Brasil precisa é de um estadista. O que menos precisa é de um populista, neste momento.
Hélio Mendes – Professor e Consultor de Planejamento Estratégico Empresarial e Político.
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