POLÍTICA & NEGÓCIOS
Hélio Mendes
HOJE É NECESSÁRIO REDESENHAR AS ORGANIZAÇÕES
O foco na produtividade ganhou muitos adeptos em meados do século passado. Isso transformou as empresas de muitos setores em commodities, ou seja, padronizou sua forma de gestão, às vezes até engessando-as, impossibilitando-as de ter uma estratégia competitiva – porque produtividade pode garantir qualidade, mas não cria estratégia competitiva. Muitos até hoje cometem esse equívoco.
O Planejamento Estratégico, pelo contrário, ainda é a ferramenta mais usada pelas médias e grandes organizações, porque busca adaptar o ambiente interno ao externo e não propõe às empresas seguirem outras, mas sim criar uma visão de futuro singular, olhando para os mercados, com os seus princípios e valores. Não é um ritual, mas uma dinâmica criada pelos profissionais das próprias instituições.
No Planejamento Estratégico, começa-se discutindo cenários e qual o negócio da empresa – o que poderá gerar até uma ruptura com o seu setor, ou apenas mostrar que ela deve continuar o que está fazendo – ou até mesmo fechar as portas, antes que o mercado as feche. Questiona-se nesta fase onde a instituição está e aonde quer ir, e se está indo pelo melhor caminho. A missão e a visão da empresa são definidas nesta fase do processo.
Após esse momento, discutem-se princípios, valores e virtudes que formam a cultura necessária para competir. Poucos entendem ou levam a sério esta parte, mas nela é que se define o comportamento de todos os envolvidos, vai do chão de fábrica ao conselho de administração. É necessário sempre alinhar: a missão, as metas e o comportamento dos responsáveis de toda a organização. O valor confiança é o principal, porque trata de caráter e competência.
Faz parte da metodologia a Matriz SWOT, que tem por propósito definir a posição estratégica da empresa, analisar as ameaças e oportunidades do ambiente externo e confrontá-las com os pontos fortes e fracos internos. Quando bem feita, mostra com muita objetividade as quatro posturas que podem ser adotadas a partir desse momento: recuar, manter, crescer ou expandir. A Matriz SWOT pode ser aplicada também em cada área da instituição.
Também há o Modelo de Porter, que identifica e analisa o setor mais atrativo para a empresa. Complementa-se esta etapa com a Matriz de Ansoff, na qual há quatro alternativas: penetração de mercado, desenvolvimento de produtos, participação em outros mercados e diversificação.
Em 2005 tivemos a possibilidade de agregar ao Planejamento Estratégico o novo pensamento que permite às empresas “saírem da caixa”, atenderem os clientes de forma diferente – os insatisfeitos e até os ainda não atendidos –, com uma nova Matriz ou Tela de Valor. É a denominada “Estratégia do Oceano Azul”, que permite criar novos mercados, ao fornecer ferramentas para ultrapassar as fronteiras e tornar os concorrentes irrelevantes, redesenhando a organização.
A maioria das empresas dedica-se apenas aos planos táticos e operacionais, por falta de estratégia competitiva, tornando-se meramente seguidoras das que possuem um Planejamento Estratégico.
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