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INFRAERO: UMA NOVA JORNADA – PARTE IV

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INFRAERO, UMA NOVA JORNADA – PARTE IV

Por Aluízio Torrecillas, com colaboração de alguns empregados da estatal



A PRATA DA CASA ERA LATÃO E SEU BRILHO APENAS REFLEXOS

Descobriu-se, da forma mais dura, que a “prata da casa” era latão e seu brilho, apenas o reflexo das estrelas… Empossaram na presidência da INFRAERO um servidor do gabinete do ministro que, segundo afirmação de vários empregados “sem qualquer experiência de gestão executiva”.

Apurou-se que, da Diretoria Executiva, apenas um dos diretores pediu dispensa do cargo, esperando apenas que outro servidor fosse designado para a vaga, para voltar à função que antes desempenhava em uma das Superintendências Regionais, o que ocorreu no final do mesmo ano.

O novo presidente, continuam os empregados, “revelou ser uma pessoa de trato difícil. Daqueles que adorava criticar em público, humilhando os empregados de carreiras das mais diversas hierarquias. Era poderoso com os humildes e humildes com os poderosos. Orgulhou-se de ter instituído na empresa, uma carteira de identidade contendo todos os dados profissionais do servidor,  porém, sem qualquer valor legal. Se fosse na Roma Antiga, teria sido um Pôncio Pilatos pois não há registro de qualquer ato de resistência que impedisse o desmonte da INFRAERO”.

Por outro lado, o comportamento da Diretoria Executiva, ainda formada por servidores de carreira, era o de centuriões a açoitar os filisteus, representados pelos demais colaboradores que não pertencessem o núcleo que criaram para manter os privilégios dos amigos.

Esse início de má gestão teve como primeira traição: mais uma reestruturação organizacional, dessa vez aumentando de quatro para nove as Superintendências Regionais, seguidas das respectivas funções gratificadas. Uma facada nas costas dos que tentaram equilibrar as despesas justamente reduzindo funções, uma grande contradição do grupo que 12 meses antes concordara na redução.

A empresa seguiu cambaleante, mas ainda superavitária, apesar de ter que honrar o aumento na folha de pessoal, o que demonstra que muitas ações irresponsáveis foram perpetradas pelos próprios funcionários, guindados aos cargos maiores, mas sem qualquer compromisso com a realidade.

Os políticos têm suas culpas, mas os servidores da estatal também brincaram de executivos, ignorando que a teoria na prática era outra. Não satisfeitos em desfazer um modelo de estrutura organizacional mais econômica e sustentável, ainda reduziram a blindagem que reservava funções executivas para funcionários de carreira, abrindo a ”porteira” para o reaparelhamento da empresa.

Foram além: deixaram de observar as Normas Internas de Progressão Funcional, permitindo que as nomeações deixassem de ter exigências técnicas de capacidade e maturidade. Estava formado o ambiente ideal para as perseguições internas e injustiças, sem que os custos financeiros desses caprichos impedissem o exercício de suas vaidades.

Assim, servidores com mais de dez anos de função gratificada foram dispensados, recorreram à Justiça, incorporando os valores pedidos aos seus vencimentos para manterem a qualidade e dignidade de vida que conquistaram com dedicação, profissionalismo e amor à empresa. Para as vagas, nomearam “afilhados”, mais sintonizados com os interesses da nova ordem.

Sem afinidade com a gestão executiva, o presidente deu espaço ao grupo que aos poucos cometeu parte dos estragos que causam tanta aflição aos que sempre estiveram na ponta da linha, trabalhando duro em todas as regiões, alguns sob sol ou chuva; sábados, domingos e feriados. Esses pilares da INFRAERO, um dia reconhecidos como o maior capital da empresa, hoje agonizam na incerteza, sob a indiferença dos que se mantém na sede.

Do presidente, relatam, “só se ouvia ou lia suas participações em eventos, onde receberia medalhas em reconhecimento a um trabalho que nunca existiu. Também era adorado pela caravana de editores em busca de anúncios para seus veículos, enquanto a grande mídia só dava espaço para denunciar sua péssima gestão”

E quando a torneira do dinheiro fácil fechou a revista que foi bastante contemplada com anúncios  e patrocínios da estatal, a pedido do presidente, também lhe vira as costas, deixando como ultima capa: a Infraero morreu.

 

Em breve: INFRAERO: UMA NOVA JORNADA – PARTE V – Se você perdeu a parte III, clique a seguir: https://revistadiaria.com.br/infraero-uma-nova-jornada-parte-iii/

Aluízio Torrecillas é consultor técnico, especializado nas áreas de relações públicas, atendimento ao público, ouvidorias, relacionamentos corporativo e institucional. Com formação em Administração – Gestão de Marketing e Comunicação, foi Gerente de Ouvidoria da INFRAERO de 2003 a 2012. Nasceu na Irmandade Santa Casa de Misericórdia, em Juiz de Fora-MG. contato: [email protected]

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