INFRAERO, UMA NOVA JORNADA – PARTE VI
Por Aluízio Torrecillas, com colaboração de alguns empregados da estatal
AO CHEGAR AO FUNDO DO POÇO, DESCOBRE-SE A EXISTÊNCIA DE UM PORÃO
Vaidades e bravatas são as marcas registradas da atual gestão da INFRAERO. A estatal que administra o que ainda restou dos aeroportos continua aparelhada, sendo que seu presidente teve que engolir diretores indicados por vários partidos, provocando uma disputa interna por prestígio e poder.
Sem entender do assunto, como na maioria das vezes anteriores, alguns dos novos executivos ficaram nas mãos viciadas dos ambiciosos servidores de carreira – os chamados orgânicos -, prática que se consolidou ao longo dos anos de existência, já que internamente o grupo era mais avesso as promoções do pessoal de carreira do que os indicados externos, provavelmente porque sabiam que tinham prazo de validade. “Se existe algo que os fundadores da INFRAERO não conseguiram passar adiante aos servidores, foi o senso de lealdade e companheirismo. A camaradagem é “faca na caveira”, nos afirma um profissional da empresa que ainda espera por dias melhores.
A área de Recursos Humanos, antes uma referência de profissionalismo e competência, tendo capacitado dezenas de profissionais nas mais renomadas instituições, inclusive internacionais, como a Sorbonne, por exemplo, hoje não passa de um espectro do passado que quando muito mantém os cursos de atualização obrigatória pela legislação. Profissionais foram perseguidos e excluídos, tendo retornado pelas mãos da Justiça, mas que não paga o sofrimento material e psicológico pelo estigma dos colegas acometidos pela “Síndrome do Pequeno Poder”.
Já sem o suporte dos grandes aeroportos e com uma folha de pagamento pesada devido a incorporação de vários benefícios, a saída foi retirar funções gratificadas e criar um ambiente hostil aos que teimavam em permanecer na empresa a espera de dias melhores que não chegaram, saindo em massa para preservar a saúde física e mental. Eu mesmo estive com alguns destes e presenciei o quanto estavam ao ponto do “desespero”.
A contradição do clima organizacional era que a empresa tão amada por seus funcionários, não acenava com nenhuma informação, nem buscava uma recolocação digna para os que a construíram.
Jacta-se a diretoria de estar reequilibrando receitas e despesas sem desenvolverem qualquer ação, exceto pelo incentivo à demissão voluntária, programa que já herdaram de gestões anteriores, ou seja, apoderavam-se de um resultado que nunca foi iniciativa da atual gestão. Uma receita simples e desprovida de criatividade administrativa.
Novas práticas de governança são temas da moda e uma lista de prêmios outorgados à empresa com seus minguados aeroportos. Uma dessas últimas láureas, “Empresa da Década” continua sendo ostensivamente explorada como mérito do atual presidente, embora até por interpretação do título “Década”, deixar clara que a participação da atual gestão é de apenas 30 meses. Mas mesmo assim, as postagens estatísticas com percentuais positivos de crescimento e realizações administrativas, ainda são aplaudidas pelos que são ungidos com funções gratificadas, batendo palminhas como as focas adestradas do “Sea World” de Orlando nas postagens em redes sociais, aliás, em horário de expediente da estatal.
Um dos empregados nos envia o seguinte relato: “a contradição é grande, pois a diretoria que celebra premiações mostra-se incapaz de gerar boletos de cobrança do plano de assistência médica há quase um ano, fazendo da vida dos ex-servidores um verdadeiro pesadelo de incertezas, por falta de informações“.
Ainda sobre premiações, comemoram anualmente o bom desempenho dos aeroportos nas pesquisas da Agência Nacional de Aviação Civil, ignorando que muitos dos itens que levam ao destaque estão fora da gestão da INFRAERO, como tempo de espera em fila de “check in”, rapidez na devolução de bagagens, e agilidade no desembaraço de passaporte e na alfândega. Aliás, outros aeroportos – agora privados – apoderam-se de tais “conquistas” sendo estas e outras, em sua maioria, mérito de funcionários das companhias aéreas e órgãos públicos instalados nos aeroportos. Parabéns a estes!
Internamente, fundiu-se diretorias, mais para afastar candidatos competentes e habilitados ao “trono” do que para tornar a empresa mais leve e menos custosa. Ainda nesse período, foi reiterada a famigerada e draconiana possibilidade de se demitir até seis servidores, sem justa causa, uma demonstração de completo desprezo e a manutenção do clima de ameaça de qualquer um que ouse tecer críticas à gestão.
A mais recente sandice foi comparar a empresa a uma noiva pronta pra casar, esquecendo-se de acrescentar: sem dote e seguidamente estuprada pela ganância dos partidos políticos que a aparelharam.
Segundo um empregado ouvido pela Revista Diária, “A atual gestão está tentando elencar realizações que nunca existiram. Querem sair de lá com status de grandes gestores. Suas vaidades são tão grande que não deixam espaço para qualquer competência”, conclui!
NO FIM DO TÚNEL HÁ UMA LUZ: HÁ UMA TÊNUE LUZ NO FIM DO TÚNEL …
Em breve: INFRAERO: UMA NOVA JORNADA – PARTE VII – Se você perdeu a parte V clique a seguir: https://revistadiaria.com.br/infraero-uma-nova-jornada-parte-v/
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Deus no comando de tudo!