POLÍTICA
ARTIGO com Luiz Bittencourt
BARRA DO PIRAI COMPETITIVA
Todo cidadão é, naturalmente, um ser competitivo. E carrega essa característica pelos ambientes onde transita, sejam eles uma sociedade, um grupo ou um município.
Por extensão, o agregado formador do município passa, também naturalmente, a exigir competitividade do conjunto.
Para enfrentar com dignidade, e chance de sucesso, uma comparação ou até um ambiente competitivo com outros municípios, um rápido diagnóstico de Barra do Piraí não se mostra auspicioso.
Se o barrense olhar para o município com olhar superficialmente crítico, não terá dificuldade em enxergar:
1 – O ensino de Barra do Piraí não é diferenciado. Em que pese ser bom, tradição barrense, é insuficiente para transformá-lo em diferenciado.
2 – A indústria barrense não é diferenciada. A desindustrialização do município é fato incontestável.
3 – O agronegócio barrense não é diferenciado. Esse importante setor da economia foi dizimado no município.
4 – O sistema de saúde barrense não é diferenciado. Esse talvez seja o maior paradoxo do município. O sistema vigente é incapaz de utilizar, na plenitude, os qualificados profissionais que Barra formou.
5 – O transporte urbano barrense não é diferenciado. Quem o utiliza, conhece sua desqualificação.
6 – O escoamento da produção barrense não é diferenciado. Rodovias precárias e ferrovia inexistente.
Com o único objetivo de inserir desenvolvimento no município, a próxima gestão deve elaborar acurado diagnóstico e, a partir dele, definir prioridades e suas respectivas organizações de forma a incluir o município na acirrada competição por recursos e investimentos.
Êxito nessa competição está diretamente relacionado com o planejar estratégico para atrair e manter, não só empresas inovadoras, mas também investimentos e trabalhadores com conhecimento.
Barra do Pirai, ou qualquer outro município, somente se desenvolverá se tiver capacidade de análise e de formular estratégias que promovam a competitividade.
Podemos considerar como principais fatores para o desenvolvimento municipal (1) recursos naturais e educacionais, (2) níveis educacional e de inovação, (3) aglomeração econômica, (4) níveis de especialização (clusters) e (5) redes e custos de transportes (FGV).
As consequências serão: elevação da produtividade, melhoria na qualidade de vida e evolução econômica do município.
Sem um diagnóstico aprofundado, torna-se difícil visualizar caminhos com elevada probabilidade de sucesso, porém, mesmo correndo o risco de equívocos esporádicos, pode-se concluir que uma linha mestra para o Plano de Negócios da próxima gestão municipal pode se ancorar nos ensinos fundamental e de especialização, na atração de empresas (inclusive visando a formação de clusters), no fomento ao agronegócio e na recuperação da infraestrutura (transportes ferroviário e rodoviário). Escolhas que, obviamente, não se encerram em si mesmas.
A essência do sucesso reside nas capacidades analítica, de organização e de execução dos gestores selecionados em outubro.
Luiz Bittencourt – Eng. Metalúrgico/UFF; M. of Eng./McGill University/Montreal/Canadá; Pós-graduado em Comércio Exterior/Universidade Mackenzie/SP.