POLÍTICA & NEGÓCIOS
OPINIÃO
Início da legislatura de 2019 exigiu eleições para as Mesas da Câmara dos Deputados e do Senado Federal, realizadas em 1º de fevereiro de 2019.
CÂMARA DOS DEPUTADOS
A eleição na Câmara dos Deputados não surpreendeu e Rodrigo Maia confirmou seu favoritismo elegendo-se para o terceiro mandato de Presidente da Casa com 334 votos, representando 65% do colégio eleitoral.
Integrante da velha política, desgastada e sem credibilidade, pelo discurso e pela trajetória Maia poderá ser um aliado do governo, e do país, no encaminhamento das imprescindíveis reformas.
Se grande parte das expectativas criadas por Rodrigo Maia se realizar, sua gestão promete aderir aos novos tempos e contribuir para o desenvolvimento do país.
PSL deverá comandar as principais Comissões (CCJ, Finanças, Relações Exteriores e Segurança Pública) enquanto o PT perderá força e até a liderança das oposições.
SENADO FEDERAL
Já no Senado Federal, a eleição se transformou em lamentável episódio que envergonhou toda a nação.
A disputa pela Presidência da Casa trouxe para o embate a velha e desacreditada política e os representantes dos novos tempos.
A maioria dos caciques do Senado Federal se aglutinou em torno da candidatura de Renan Calheiros, com histórico de 4 presidências do Senado. Diversas outras candidaturas se articularam e aprovaram o voto aberto que representa o desejo da população brasileira, mas por óbvios motivos, não interessa aos caciques.
Após lamentáveis cenas, dignas de um prostíbulo, a sessão foi encerrada e a votação adiada para ontem, às 11 horas.
O adiamento foi a senha para que aliados de Renan Calheiros obtivessem no STF uma liminar do Ministro Dias Toffoli que determinou o escrutínio secreto para a eleição da Mesa do Senado.
Algo inusitado paira sobre essa sentença. O mandado de segurança, impetrado pelos partidos MDB e Solidariedade, deu entrada no STF logo após 1 hora da manhã de sábado, dia 02 de fevereiro e, com a conhecida celeridade da Suprema Corte, a decisão do Ministro Dias Toffoli pelo voto secreto saiu às 3:45 horas do mesmo dia 2 de fevereiro.
Ocorre que no texto a sentença se refere à reunião de sábado usando a expressão “amanhã”. Se a reunião de 2 de fevereiro é assumida como amanhã, infere-se que a sentença foi elaborada no dia 1º de fevereiro, até às 24 horas.
O inusitado desse fato é que os pleitos dos partidos políticos só foram recepcionados no STF após à 1 hora da manhã do dia 2 de fevereiro. A sentença foi proferida antes do pleito chegar ao STF. Um enigma a ser decifrado.
A sessão do Senado Federal foi reiniciada em 2 de fevereiro com artimanhas da velha política insuficientes, porém, para brecar a transformação que as eleições de 2018 impulsionaram no país.
A maioria dos Senadores ridicularizou a decisão do STF ao votarem de forma secreta, mas declarando abertamente o voto.
Os embates foram duros, com torpes tentativas de desqualificação pessoal, mas após cerca de 8 horas de debates e eleições, a renovação venceu e Davi Alcolumbre foi eleito por 42 votos Presidente do Senado Federal e, por conseguinte, do Congresso Nacional.
Certamente, Renan Calheiros e seus aliados liderarão a oposição.
RESULTADO FINAL
Temos, então, na Câmara dos Deputados uma liderança da velha política, mas com perspectiva de alinhamento com as aspirações de reformas do país e no Senado Federal uma jovem liderança que representa a renovação política tão ambicionada pela sociedade.
O Brasil está mudando e a expectativa do avanço das reformas passou a ser positiva.
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