OPINIÃO
Voltamos a conversar sobre as eleições, muito menos por ser assunto atual e muito mais pelo seu poder determinante sobre o futuro dos municípios. E o óbvio salta aos olhos e precisamos falar dele.
Nesse estágio do processo eleitoral, não há mais espaço para se lamuriar do sistema político brasileiro que transforma, indiscriminadamente, todos os eleitores em reféns dos partidos políticos. O modelo prevalecente, perverso pelos seus viciados objetivos, arquiteta nominatas com a única meta de vencer para acessar recursos públicos.
Basta que o eleitor analise o conjunto de candidatos impostos pelos partidos, seja para prefeito ou para vereador, e chegará à conclusão, na maioria dos casos, de que o perfil de candidato que seu município precisa, não foi contemplado.
Para o partido político, o município não importa, só a conquista do poder importa.
Mas, “Inês é morta” e seu município precisa de sua participação. O que fazer?
Seleciono quem tenho acesso e possibilita chance de realizar algum ganho posterior, ou analiso e escolho o candidato sob lógica do bem comum? Não deveria ser um dilema penoso para o ser humano.
No segundo passo, questiono se meu candidato a vereador sabe a função que exercerá e se é capacitado para exercê-la. Viver os problemas do município aprimora o senso crítico, mas não qualifica ninguém a solucioná-los. Para se imunizar dos ilusionistas, lembre-se, vereador não emprega ninguém, não regulariza o abastecimento de água, não garante a segurança municipal, não asfalta nem ilumina ruas, etc.
A missão do vereador é legislar e fiscalizar.
E os candidatos a prefeito?
Como ninguém é autossuficiente, um confiável método de seleção seria avaliar a equipe que o candidato sinaliza para seu mandato.
Se configurar ação entre amigos ou simples acordos de mútuos apoios políticos, tenha a certeza de que o resultado não virá.
Conclusão, se o município eleger vereadores capazes de legislar e fiscalizar, e prefeito que preze a qualificação profissional e a capacidade de realização em seu secretariado, o cenário se organiza e aumentam, exponencialmente, as chances de sucesso na gestão.
O ambiente administrativo municipal, seja ele de progresso ou de marasmo, será construído pelo eleitor.
Pense nisso antes de escolher seus candidatos.