Política&Negócios com Luiz Bittencourt
Finados para pesquisa eleitoral
Uma das principais sinalizações da eleição de 2018 refere-se às pesquisas eleitorais. Há algum tempo as pesquisas de intenção de votos encontravam-se sob forte suspeita de infidelidade pela população. Eis que os resultados das urnas de 2018 as desmascaram de forma contundente e definitiva. Basta comparar os resultados das pesquisas com os resultados das urnas para Presidente da República (Bolsonaro e Marina principalmente), para Governador no Estado do Rio de Janeiro (Witzelprincipalmente), Governador e Senador de São Paulo (Márcio França e Suplicy principalmente), e assim por diante. Um verdadeiro festival de desencontros entre tendências e realidade.
Diante desses fatos, infere-se que, daqui em diante, somente aqueles que têm intenção dedivulgar tendências que atendam seus interesses contratarão esse instrumento, mesmo sabedores de que será exigida exacerbada ingenuidade, ou extrema cumplicidade, para que se acredite nos números divulgados.
Tamanho político da Marina Silva
Após diversas eleições, onde atraiu apoios outros, principalmente do PT, partido onde iniciou sua trajetória política e que nunca de fato abandonou, Marina Silva chegou às eleições de 2018 com o eleitorado que representa sua real dimensão política. Estima-se um futuro de vereança ou assembleia legislativa, mais de acordo com suas aptidões.
Dinastia Sérgio Cabral derrete em fogo brando
As urnas do Estado do Rio de Janeiro trouxeram uma grata surpresa ao revelar um outsider ex-juiz de direito, Wilson Witzel, na liderança com larga margem para o cargo de Governador do Estado. Os eleitores dessa região, dominada por oligarquias que se articulavam e destruíam as instituições fluminenses, responderam, em alto e bom som, não à tentativa de manutenção da dinastia Sérgio Cabral, que insistia em conservar o poder pela eleição de um conhecido correligionário que, por sua vez daria continuidade a incompetente gestão atual. É possível haver esperança!
Segundo turno no Rio de Janeiro
Tem sido especulado na imprensa carioca que o DEM fluminense pretende que Bolsonaro se mantenha neutro para o segundo turno no Estado do Rio de Janeiro. Isso me parece uma inominável incoerência. Candidato Witzel defende intransigentemente as posições de Bolsonaro, é ficha limpa e o apoiou incondicionalmente no primeiro turno. Por outro lado, Eduardo Paes tem seu passado de coligações, amizades e festas em Paris muito bem conhecido, além de estreitas relações com o ventríloquo Lula, que extrapolam os limites de Maricá. Se Bolsonaro ficar em cima do muro no segundo turno do Rio de Janeiro, sinalizará que sucumbiu ao velho método de fazer política. E aí, tudo muda.