POLÍTICA&NEGÓCIOS COM LUIZ BITTENCOURT
A tragédia do Museu Nacional
O Rio de Janeiro, e também o Brasil, foi vítima de mais uma lastimável, mas previsível, catástrofe. O Museu Nacional, na Quinta da Boa Vista, instituição ligada a UFRJ, inaugurado em 1818 e a primeira instituição científica do país foi integralmente destruído por incêndio. Não foi uma fatalidade, pois o promíscuo, ideológico e politiqueiro aparelhamento do Estado é abrangente e irreversível. Nada escapou da incompetência e do abuso das ilegalidades, deixando sem recursos, sem manutenção e literalmente abandonadas todas as áreas de interesse da população (saúde, educação, transportes, segurança, ciência, etc., etc., etc.). A manifestação do Reitor da UFRJ, erguendo o boné do MST durante sua posse, já permitia prever o caos administrativo que principiava.
O que restou para a sociedade científica é uma desoladora perspectiva.
Corrupção e impunidade
Fica a impressão de que, finalmente, a população identificou a corrupção e a impunidade como causas das mazelas que corroem a capacidade de realização do Estado. Controlada a corrupção, as diferenças refletirão com mais clareza as competências e as intenções dos governantes. Como a impunidade é afeita ao judiciário, o eleitor passou a concentrar suas baterias no combate à corrupção, direcionando suas preocupações para o executivo e para o legislativo. Consequentemente, os votos de 2018 serão, em grande parte, direcionados aos candidatos que apresentem reais condições para enfrentar as incontáveis correntes de corrupção. Essa tendência ajuda a explicar o fenômeno Bolsonaro.
Colocando limites na corrupção, o país terá finalmente a chance de voltar à civilização.
Desemprego ainda pode piorar
A impossibilidade de prover condições básicas para a família é indigno e aniquilador. A degeneração das condições econômicas brasileiras resultou no desemprego de uma legião que alcançou 13 milhões de pessoas. Esse pandemônio está sendo lentamente corrigido, mas surge nova preocupação no horizonte. Consultoria McKinsey divulgou pesquisa que detectou, para a próxima década, ameaças a diversas profissões pelo uso da inteligência artificial. Segundo o estudo, cerca de 15 milhões de vagas deverão desaparecer. No caso brasileiro a situação se agrava, pelo despreparo da mão de obra nacional, dificultando sua migração para outras atividades de mais difícil automatização.
Reforça-se a necessidade de urgentes investimentos em educação e capacitação.
Luiz Bittencourt é Presidente da LASB Consultoria. Engenheiro Metalúrgico pela UFF é Master of Engineering – McGill University – Montreal/Canadá e Pós Graduado em Comércio Exterior pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. e-mail: [email protected]
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