POLÍTICA&NEGÓCIOS COM LUIZ BITTENCOURT
INTRANQUILIDADE GENERALIZADA
A tarde do último domingo trouxe aos brasileiros uma revelação atormentadora. O judiciário não fornece ao brasileiro conforto e, muito menos, segurança. A armadilha engendrada para libertar um condenado sugere a existência de nefasta cumplicidade entre os três poderes da república para consecução de um conhecido projeto de poder. As ações ilícitas são defendidas pelos agentes públicos como se legais fossem. Não há mais pudor e a permissividade é ilimitada. As ilegalidades impunemente se reproduzem com tal velocidade que a perplexidade e a indignação começam a perder sentido. Pobre Brasil.
LENIENTE ACORDO DE LENIÊNCIA
Governo central celebrou acordo de leniência com Odebrecht, visando o ressarcimento de desvios ocorridos na Petrobrás, Infraero, Valec e FGTS. A empresa pagará ao governo R$ 2,7 bilhões em 22 anos e, por conta disso, continuará assinando contratos públicos. Prazo demasiadamente dilatado para a devolução do que foi desviado em curto prazo. É um verdadeiro desastre a negligência com que o governo brasileiro trata nossos recursos públicos.
EXEMPLO A SER SEGUIDO
Enquanto a decomposição do país avança, a Tailândia se torna exemplo de organização, competência, comprometimento, determinação e amor. Diante de um seríssimo problema, com treze pessoas presas em uma caverna, as autoridades tailandesas coordenaram equipe multidisciplinar, receberam apoio técnico e tecnológico internacional e resgataram com sucesso todas as pessoas envolvidas no drama.
CURRAL ELEITORAL
A divulgação da reunião secreta do Prefeito Marcelo Crivella, do Rio de Janeiro, oferecendo facilidades para seus apaniguados, delata um insalubre fragmento do sistema político brasileiro. O curral eleitoral é vital para o sucesso político e o favorecimento dos componentes de seu curral compõe o mosaico para sua manutenção no poder. Essa é uma atitude inaceitável, que deveria ser objeto de imediata perda do mandato, mas a legislação por aqui é licenciosa ao extremo.
DECISÃO INJUSTIFICÁVEL
Não há justificativa para o fato do reajuste do Programa Bolsa Família, integrado por quem não trabalha, seja o dobro da correção imposta aos aposentados, integrado por quem trabalhou a vida toda.