PINGA FOGO COM LUIZ BITTENCOURT
INOVAÇÃO PARA FERROVIAS
A paralisação rodoviária está controlada, mas o país precisa iniciar estudos e articulações para a regeneração do modal ferroviário, mitigando a danosa dependência das rodovias e reduzindo o custo dos transportes de cargas e de passageiros. A história revela que nos anos 30 e 40, o Brasil já liderava o uso de ferrovias, incluindo evolução tecnológica com substituição da máquina a vapor pela energia elétrica. Mais adiante, ao optar pelo modal rodoviário, ocorreu significativo retrocesso e o uso da energia elétrica regrediu para o óleo diesel. Mesmo considerando energia suja, um litro de óleo diesel na ferrovia transporta mais carga que na rodovia. Por exemplo, um vagão ferroviário equivale a 3,5 caminhões, consequentemente uma composição ferroviária, com 80 vagões, transportará carga equivalente a 280 caminhões, sem engarrafamento e com incomparável redução de acidentes e de custos. Em 2017, IPEA calculou o custo dos acidentes nas rodovias, com cerca de vinte e cinco mil mortes por ano, em quase R$ 20 bilhões. Se o investimento da União em ferrovias está descartado pela escassez de recursos públicos, a solução está no desenvolvimento de inovativos modelos de concessão, atrativos para a iniciativa privada, acompanhados de incentivos ao uso de energias limpas. Certamente o país ganhará.
PERSISTINDO NO ERRO
Uma das soluções encontradas pelo governo para sustentar o subsídio ao óleo diesel, acordado com os caminhoneiros, foi a reoneração da folha de pagamento de alguns setores. O governo, em mais uma equivocada decisão, manteve a desoneração dos transportes rodoviários e reonerou os transportes ferroviários, potencializando o desequilíbrio competitivo entre os modais e perpetuando o desacerto.
RECUPERAÇÃO DO EMPREGO DESACELERA
Segundo IBGE, a taxa de desemprego no primeiro trimestre de 2018 caiu de 13,6%, nos primeiros três meses de 2017, para 12,9%. Lenta recuperação do emprego, deixando ainda uma desonrosa legião de 13,4 milhões de desempregados, legado da famigerada nova matriz econômica. Com a paralisação dos caminhoneiros, a perspectiva de evolução se esvaiu e o desemprego recrudescerá.
