POLÍTICA & NEGÓCIOS COM LUIZ BITTENCOURT
ONDA CÍVICA AVASSALADORA
O desejo de mudança no país se espalhou por todos os cantos, refletindo exatamente que o cidadão está exausto de falcatruas, manipulações e enriquecimentos ilícitos e decidiu, por ação própria e democrática (palavra desgastada), abandonando seu conforto, ir finalmente às ruas defender a soberania (palavra também desgastada) nacional.
No Rio de Janeiro, um outsider ex-juiz federal lidera, com folga, a corrida para governador, derrotando o representante da oligarquia chefiada por Sérgio Cabral e Jorge Picciani. Em Minas Gerais, um outsider lidera, também com folga, um representante da velha política, não sem antes alijar da disputa o atual governador, conhecido de todos. Em São Paulo, outro outsider, nem tão outsider assim, lidera outro representante da velha política. No Distrito Federal, Ibaneis, mais um outsider se lançou na disputa pelo governo e também lidera, distanciando-se com folga do atual governador.
Os três principais Estados da federação e o Distrito Federal dão o exemplo, externando os desejos da maioria dos brasileiros. A onda cívica, cansada da velha política, toma conta de todo o país.
AUSÊNCIA DOS GIGANTES DOADORES
G1 divulgou lista dos maiores doadores de campanha para as eleições de 2018, revelando que o empresário Rubens Ometto, presidente do Conselho de Administração da Cosan (energia, gás e logística) liderou as doações, repassando R$ 7 milhões a 53 candidatos de 14 partidos distintos. Na vice-liderança aparece Nevaldo Rocha, do Grupo Guararapes (têxtil e confecções), com doações de R$ 3,2 milhões. Há uma clara mudança no perfil e nas práticas utilizadas, repercutindo em ausências de grandes campeãs nacionais como a JBS e as empreiteiras, especialmente a Odebrecht. As atuais doações, quando comparadas ao modelo até então vigente, baseado em desvios de recursos públicos e caixa dois, foram transformadas em simples dízimos.
Como o uso do cachimbo deixa a boca torta, difícil crer que os gigantes adormeceram.
PÔNCIO PILATOS DO RIO DE JANEIRO
O candidato Bolsonaro, ao se manter neutro na campanha política do segundo turno no Rio de Janeiro, revela, mais do que uma neutralidade, uma injustificada indiferença com o Estado. Não há quem não saiba que Sérgio Cabral e seus amigos estão para o Estado do Rio de Janeiro como Lula e seus companheiros estão para o Brasil. Ao se declarar apartidário, Bolsonaro sinaliza palatável a eleição de alguém extremamente ligado politicamente a Lula, a Sérgio Cabral e a Picciani, e que sem sombra de dúvida manterá os velhos métodos de seus gurus.
Essa decisão não prejudicará a campanha de Bolsonaro. Seria uma excelente oportunidade de consolidar sua determinação pela nova forma de fazer política, por ele inaugurada, e de contribuir para o asseio administrativo de seu Estado natal e sua base eleitoral.
PAGAMENTO DE BOLETOS ACIMA DE R$ 100,00
A partir desse sábado, 13 de outubro, boletos de cobrança acima de R$ 100,00 poderão ser pagos em qualquer banco. O cálculo dos juros será automático e os pagamentos poderão ser efetuados pela internet ou em caixas eletrônicos.
Bem-vinda facilitação para o contribuinte, restando pendente uma sensível e urgente redução na estratosférica taxa de juros aplicada pelos bancos.
INADEQUAÇÃO NA EDUCAÇÃO BRASILEIRA
Banco Mundial criou um índice que mede o retorno dos investimentos em capital humano nos diversos países. O estudo do Banco Mundial revela que crianças com saúde e educação alcançam melhor desenvolvimento cognitivo e emocional tornando-as mais preparadas para o mercado de trabalho e, sem qualquer surpresa, coloca o Brasil na 81ª colocação (total de 157 países), próximo de nações como Cisjordânia, Faixa de Gaza, Filipinas e Kosovo. O levantamento realizado prevê, para crianças brasileiras nascidas hoje, somente 50% da capacidade de produção quando atingirem 18 anos.
Sem imediata mudança, o futuro não será promissor.
Luiz Bittencourt é Presidente da LASB Consultoria. Engenheiro Metalúrgico pela UFF é Master of Engineering – McGill University – Montreal/Canadá e Pós Graduado em Comércio Exterior pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. e-mail: [email protected]
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