OPINIÃO
Encerradas as eleições, o eleitor barrense decidiu pela reeleição do Prefeito Mário Esteves, mas é interessante avaliar alguns detalhes desse pleito. O escrutínio se encerrou com os seguintes números:
Salta aos olhos a incontestável vitória de “Ninguém”, com crescimento de 13% em relação a 2016, consequência exclusiva da diametral assimetria entre os interesses dos partidos e da população.
O recado de 37,5% do eleitorado para os partidos políticos é muito claro:
“Os candidatos disponibilizados pelos partidos políticos, nessas eleições, não atendem às nossas exigências para o futuro do município. Por isso, escolhemos Ninguém“.
Não resta dúvida de que a vitória da situação foi facilitada por erro grotesco de avaliação estratégica (poder de influência de eventos nacionais sobre eleitores municipais, em eleição solteira) que desencadeou cisão na oposição.
De qualquer forma, a união da oposição não garantiria vitória nas urnas, mas, certamente, promoveria certame muito mais acirrado. Não basta somar os votos da oposição e comparar a soma com os votos do vencedor, pois outros fatores influenciariam o processo e a realidade provavelmente não se repetiria. Esse raciocínio é válido para ambos os lados.
Da parte da situação, a inquestionável vitória revela planejamento profissional e execução primorosa. A organização da campanha construiu nominata que lhe garantiu 54% (6 de 11 vereadores) da Câmara de Vereadores, composição que oportuniza ao Prefeito aprovar políticas públicas de interesse do município e administrar sem sobressaltos.
É preciso reconhecer a participação política de Mário Esteves, em Barra do Piraí, cuja ascensão parece irreversível, sugerindo dever de casa bem realizado e o transformando em relevante liderança municipal.
Por outro lado, Cristiano Almeida e Cesinha emergem das urnas com razoável capital político que, se bem administrado, permite a construção de modernas e confiáveis lideranças políticas locais, preenchendo lacunas há muito sem inquilinos.
O barrense se mostrou também insatisfeito com o pífio desempenho da moribunda Câmara de Vereadores, renovando 72% da casa legislativa. Dos onze edis, somente três foram reconduzidos, além do que duas legítimas representantes da ala feminina passarão a integrar a Câmara, com prováveis ganhos para o município.
A Câmara, nessa próxima legislatura, será composta por dobradinhas, não havendo predominância de partido político. Cinco partidos fizeram dois vereadores cada (Cidadania, DEM, PL, Republicano, Patriota) e PRTB fez um.
A avaliação foi inteiramente baseada em resultados, sem incursão em acordos e desacordos de bastidores que, no frigir dos ovos, terminam representados pelos números.
Todos os candidatos são merecedores de cumprimentos e os eleitos necessitados de apoio e de boa sorte.