No Brasil temos 5.570 municípios, mas podemos chamá-los de oligarquias, porque não temos de fato partidos políticos, e sim meras legendas de aluguel. A maioria dos políticos troca de legenda como troca de roupa, em razão de nossa democracia ser muito jovem.
É bom lembrar a diferença entre oligarquia e democracia: numa oligarquia, a gestão do município “é exercida por um pequeno grupo de pessoas, pertencentes ao mesmo partido, classe ou família”, por interesse econômico, ou pelo status social e pelo simples fato de deter o poder.
Quando estes ficam muito tempo nessa posição, acontece por vezes de misturarem a coisa pública com a pessoal. Nos últimos anos, fatos dessa natureza têm ocupado páginas de jornais.
Nas democracias, “a soberania é exercida pelo povo, os cidadãos são detentores do poder”. Hoje temos a democracia representativa, na qual o cidadão elege o seu representante.
No Brasil, como são eleitos pelas oligarquias, estas colocam o interesse de grupos ou de algumas famílias acima dos interesses nacionais.
Pode acontecer de algumas oligarquias colocarem o patriotismo acima do pessoal, mas é um caso raro. O General Mourão, antes das eleições, em uma palestra na cidade de Uberlândia, cobrou a necessidade de as lideranças adotarem compromisso com o País, porque poucos o têm.
Temos eleições este ano. É importante o eleitor votar em candidatos que coloquem os interesses nacionais acima daqueles do grupo, do municipal e do regional. Quando acontece, são considerados estadistas. O Brasil não vai mudar e crescer como necessita, se não alterar o atual modelo político. Para isso acontecer, é imprescindível votar de forma consciente, buscando pessoas preparadas para essa transformação.
Hélio Mendes – Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos estratégicos pela University of Virginia.