VENCE BOLSONARO – O SONHO BRASILEIRO
Em um país que enfrenta uma das piores crises de sua história, com taxa de juros que não permite competir no mercado global e desemprego aumentando, o eleitorado escolheu o candidato que prometeu lutar por princípios e valores. O sonho brasileiro.
Bolsonaro, o Capitão, venceu a eleição defendendo um modelo liberal: enxugar a máquina governamental, simplificar os processos, diminuir os impostos e os juros, investir em segurança, liberar o uso de forma responsável de armas, acabar com a corrupção e preservar os bons costumes da família.
Entretanto, os dois candidatos não apresentaram narrativas, programas de governo, apenas retórica de campanha. Mas uma há uma grande verdade, o PT voltou ao que era antes – e aqui cabe lembrar uma citação de Brizola: “O General Golbery conseguiu fazer do PT a esquerda que a direita gosta”. O PT teve a oportunidade de ser diferente, mas não conseguiu se livrar do seu passado.
O importante neste momento histórico: a maioria da população está comemorando, o mercado acena que foi a melhor opção, a bolsa reage de forma positiva e o dólar cai, há um clima de confiança acima do normal. Como bons brasileiros, vamos acreditar fortemente na motivação que levou a maioria a votar. 2019 vai começar com clima de mudança e de confiança.
Em toda mudança há os que torcem a favor, os que são contra e os que procuram tirar vantagem. O momento não é apenas de torcer para dar certo. Se queremos um país melhor, não só para os próximos anos, mas para as futuras gerações, temos que ser patriotas e ter consciência de que todos terão que fazer algum tipo de sacrifício, porque o novo presidente terá muitos desafios.
Os dirigentes das organizações, públicas ou privadas, podem e devem rever suas práticas, por várias razões, mas destacamos: não acontecerão as mudanças necessárias, se só uma fração da sociedade fizer o que lhe cabe. Isso é ponto passivo.
Bolsonaro propõe que o Brasil tenha um projeto de nação – algo que não temos até agora – sustentado por um modelo liberal justo, o que significa que terá que trabalhar com um planejamento de longo prazo, amparado por princípios e valores, e revendo a postura estratégica no plano internacional. Prática e vocabulário comuns em empresas conectadas com novos conceitos de administração, mas desconhecidos até agora pela classe política e por alguns setores empresariais.
Por que devemos acreditar? Porque foi o único dos candidatos que teve a coragem de desafiar o sistema falido e corrompido. “Mas palavras são palavras” – neste caso temos que acreditar que não, porque Bolsonaro assume com grande apoio do povo e de setores nacionais com credibilidade, na área da segurança e de segmentos que defendem princípios e valores.
As organizações que sempre deram suporte aos governos por motivos e práticas não republicanos, se querem um país melhor, terão agora a oportunidade de fazer um realinhamento interno e externo, com um governo que propõe abrir – e não entregar – para o mundo as riquezas nacionais. Não podemos continuar sendo uma ilha dentro do processo avançado de globalização.
O momento é do repensar, no plano pessoal e organizacional. De uma coisa temos certeza: estamos em um país sem projetos, com um futuro incerto, onde a maioria não cultiva o sentimento de patriotismo. Temos agora a oportunidade de voltar a sonhar. Vamos transformar esses sonhos em realidade. Todos têm como contribuir.
Hélio Mendes. Professor e consultor de Planejamento Estratégico e Gestão nas áreas privada e Pública.
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