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EXAME DE URINA PODE DIAGNOSTICAR CÂNCER DE BEXIGA

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  CIÊNCIA E TECNOLOGIA | SAÚDE  

EXAME DE URINA PODE DIAGNOSTICAR CÂNCER DE BEXIGA ANTES DOS SINTOMAS

Um novo teste genético de urina pode identificar casos de câncer de bexiga, antes mesmo de o paciente relatar os primeiros sintomas.

Na fase preliminar de desenvolvimento, o exame conseguiu prever casos da doença mais de 10 anos antes do diagnóstico oficial, o que faz dele uma potencial ferramenta para o rastreamento precoce de tumores no sistema urinário.

Liderado por pesquisadores da França, Irã e Estados Unidos, como membros da Agência Internacional de Pesquisa sobre o Câncer (IARC), o estudo rastreia possíveis casos de câncer de bexiga ao analisar mutações de risco em dez genes — que foram, no passado, correlacionados com a condição.

 A cientista Florence Le Calvez-Kelm, da IARC, explica: “Identificamos objetivamente quais são as mutações genéticas adquiridas mais importantes que podem aumentar o risco de desenvolvimento do câncer em dez anos.

Atualmente, o diagnóstico de câncer de bexiga depende de procedimentos caros e invasivos, como a cistoscopia, que envolve a inserção de uma câmera na bexiga.

Ter um exame de urina mais simples que possa diagnosticar com precisão e até prever a probabilidade de câncer com anos de antecedência pode ajudar a detectar mais cânceres em um estágio inicial. Caso os testes com o novo exame avancem, comprovando a eficácia do método, ele poderá ser adotado em protocolos de rotina para pacientes de alto risco, como fumantes ou aqueles expostos a agentes cancerígenos conhecidos devido ao trabalho.

A ferramenta também poderá ser indicada para pessoas com possíveis sintomas, como sangue na urina. Em breve, os resultados completos do estudo devem ser publicados em uma revista científica. Esses dados foram apresentados, pela primeira vez, no Congresso anual da Associação Europeia de Urologia (EAU), que ocorreu durante o final de semana na Itália.

É importante destacar que, tanto no Brasil quanto no mundo, o câncer de bexiga é um diagnóstico bastante comum. No ano passado, foram identificados 11,3 mil casos deste tumor em brasileiros, sendo que a maioria dos pacientes é composta por homens (7,8 mil). No mesmo período, ocorreram 4,5 mil mortes. Quando o tumor é diagnosticado precocemente, mais de 80% dos pacientes sobrevivem por pelo menos cinco anos.

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