OPINIÃO
Ontem foi dia do funcionário público e todos, repito, todos os candidatos, seja para prefeito ou para vereador, se manifestaram tecendo-lhe loas e, invariavelmente, prometendo melhoria salarial.
Considerando que o contingente de funcionários públicos deva representar algo entre 1% e 2% da população municipal (o excedente agrega ineficiência), restam 98% de não servidores. É voz geral que essa imensa maioria de 98% da população não é adequadamente atendida pelos serviços públicos (saúde, educação, segurança, limpeza, abastecimento de água, infraestrutura, etc.), prestados, obviamente, pelos servidores públicos municipais.
Temos, então, equação que não fecha: servidores exemplares (segundo os candidatos) prestando serviços ineficientes.
Chegamos à conclusão que declarações como essa representam, no mínimo, irresponsabilidade.
Inicialmente, porque reajuste salarial depende da situação orçamentária (nos estabelecimentos público e privado) e a maioria dos municípios é financeiramente deficitária. Em segundo lugar, salário é recompensa pelo serviço prestado, estímulo ao comprometimento e premiação pelo desempenho profissional intimamente relacionado ao resultado.
Sem resultado, reajuste salarial indiscriminado é insanidade e assistencialismo da pior qualidade, que compromete o desenvolvimento municipal.
Estratégia mais eficiente para conquistar votos seria o candidato mostrar para os 98% da população que está comprometido com a recuperação dos serviços públicos (transporte coletivo, abastecimento de água, assistência médica, etc.), divulgando ações e medidas transformadoras e, que conhece, perfeitamente, não só os direitos, como principalmente os deveres dos servidores.
Equilíbrio, e reconhecimento das dificuldades, na caça aos votos promove credibilidade junto à população.