Quantos países poderiam dominar ou influenciar outros, ou até o mundo? Tomamos como exemplo a Rússia, que utiliza seu poder de grande fornecedor de petróleo e gás para dominar países vizinhos e até para neutralizar grandes nações como a Alemanha, a qual depende quase em 60% do gás de origem russa.
Acreditamos que o governo brasileiro deveria analisar seus recursos naturais e utilizá-los como estratégia global. Para quais países vão os produtos brasileiros? E o quanto estes dependem disso, principalmente alguns que há certo tempo tentam arranhar a imagem do Brasil? Temos que começar a ser um fornecedor estratégico, usar as boas práticas da arte da guerra, tão aplicadas nas relações internacionais.
Será que a China teria o crescimento que vivenciou nos últimos anos, sem o minério e os alimentos brasileiros? No caso da França, se houvesse um boicote dos brasileiros a suas montadoras aqui instaladas, como tudo aconteceria? E a indústria farmacêutica de vários países, sem a matéria-prima nacional, o que faria?
Como ficariam as principais indústrias mundiais sem o café brasileiro; sem a carne que hoje está nas principais redes de restaurantes e hoteleiras; os países cuja economia gira em torno de industrializar e comercializar produtos brasileiros, sem plantar um pé de café e sem saber o que significa criar um boi a pasto? Não falando do nióbio e de outros minérios que apenas o Brasil e mais dois países possuem…
Estão esperando que nosso País aumente sua produção, vendendo sem industrializar e cuidando do meio ambiente, quando são sabedores de que as maiores mineradoras do mundo, de países da economia central, estão na Região Norte do Brasil – e muitas com processos por causar danos ambientais.
A classe política brasileira, por pensar só em poder e não criar uma estratégia de longo prazo no governo), não conseguia perceber a grandeza do País, mas está mudando, através do Agronegócio. Muitos países estão preocupados, pois o gigante sul-americano está acordando.
Hélio Mendes Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia. [email protected] www.institutolatino.com.br