A questão no mundo não é mais ser bipolarizado, como era quando havia apenas duas opções, ser comunista ou capitalista. Hoje predomina a geoeconomia sobre a geopolítica, há em andamento um capitalismo mais social e ambiental – sem romantismo, porque não se pode ignorar a possibilidade de haver guerras, e estas com mais uso da inteligência e de armas modernas.
Não há necessidade de o Brasil fazer um alinhamento com a China ou com os Estados Unidos, e sim, coopetição, ou seja, uma relação simultânea de colaboração e competição. Em alguns casos, participar de blocos e fazer alianças estratégicas.
Já saímos da fase de estudos. O agronegócio está um passo à frente da classe política, ou melhor, dos seus “representantes”, o que não é bom, pois ambos têm que caminhar juntos e na mesma direção. A visão da maioria dos políticos está voltada apenas para interesses regionais e, a de alguns, apenas para os eleitoreiros.
As lideranças do agronegócio têm hoje como maior barreira o modelo de Estado e o sistema político brasileiro. Esses dois itens vêm dificultando há algum tempo a criação de uma estratégia nacional que permita ao Brasil ocupar a sua posição entre os países líderes.
É importante ainda direcionar esforços para integrar a Região Norte, proteger a Amazônia e ter mais segurança nas fronteiras, sim. Mas, é necessário, paralelamente, fazer a economia crescer. O “ogro” tem mostrado que é capaz de atender às demandas internas e externas. Agora depende de a classe política fazer o seu dever de casa, deixar de criar dificuldades e embarcar neste novo período da história mundial.
Hélio Mendes – Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia. [email protected] – www.institutolatino.com.br