A FALSIDADE DE MACRON

O agronegócio brasileiro vem sendo construído ao longo do tempo com investimentos em conhecimento e tecnologia que o transformaram em referência internacional. Esse modelo vem sendo seguido, com as devidas adaptações, pelos segmentos de soja, proteína animal, sucroalcooleiro, laranja, café, etc.

O caso da soja é exemplar. Hoje, o Brasil é o maior produtor e exportador mundial de soja, sendo que toda a produção brasileira está concentrada nas regiões Centro-Oeste e Sul do país. A produção de soja no estado do Amazonas é pequena, tendo participado com 0,1%, em valor, nas exportações brasileiras de soja de 2020.

O sucesso incomoda ainda mais pelo fato de o Brasil utilizar somente 9% de sua área territorial para a produção agrícola, o que revela não necessitar da Amazônia para expandir seu agronegócio. Como se não bastasse a abundância de terra, o Brasil ainda possui água e clima.

A dimensão desse cenário, não só estorva como aterroriza a concorrência.

Esse quadro explica, por si só, os fatores que levaram o Presidente da França, Emmanuel Macron, a se manifestar recentemente tentando relacionar a aquisição de soja brasileira à conivência com desmatamento da Amazônia. Pinóquio ficaria envergonhado.

Com imensa dificuldade de competir, a estratégia restante obriga o Presidente francês a tentar desesperadamente desqualificar o concorrente, utilizando cantilena desacreditada por completa inexatidão.

Tudo é falso na manifestação do Presidente Macron. A região amazônica oferece limitada produção de soja; o Brasil não precisa da Amazônia para expandir sua produção de soja (ou qualquer outro produto) e, especialmente, a utilização da floresta amazônica para tentar atemorizar a soja brasileira, quando na realidade a cobiçada riqueza está no seu subsolo.

Uma lástima a fala do Presidente Macron, mas que requer resposta para que a verdade prevaleça.

Luiz Bittencourt – Eng. Metalúrgico/UFF; M. of Eng./McGill University/Montreal/Canadá; Pós-graduado em Comércio Exterior/Universidade Mackenzie/SP; Consultor em Relações Institucionais;[email protected]

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