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NADA DE NOVO NO FRONT CARIOCA

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NADA DE NOVO NO FRONT CARIOCA

Não há esforço intelectual, policial ou eleitoral que consiga direcionar o Rio de Janeiro para um destino minimamente equilibrado.

A recém-empossada administração municipal carioca declarou, ao assumir, a inequívoca calamidade encontrada na economia do Rio e enfatizou, em alto e bom som, a execução de um plano de contenção de despesas para fazer frente ao descontrole fiscal herdado da administração anterior. Começo promissor.

O desequilíbrio encontrado tem como principal vilão, segundo o Secretário da Fazenda, o gasto com pessoal que, sem a necessária parcimônia, prevê-se alcançar, no final de 2021, 60% das receitas, índice superior ao teto de 54% constante na Lei de Responsabilidade Fiscal. Lei que, reconheçamos, tem se mostrado limitada para conter irresponsabilidades.

Eis que, mais uma vez, o discurso correto, e acima de tudo preocupante, não corresponde às ações do novo administrador.

Vinte e um dias após a posse, o Prefeito do Rio de Janeiro publicou no Diário Oficial do Município uma nova estrutura para as Regiões Administrativas aumentando-as em 50% (passou de 34 para 51), elevando consideravelmente o número de cargos comissionados, destino certeiro para indicações políticas.

Não satisfeito, o Prefeito, em 22 dias de mandato, elevou as Secretarias de 11 para 25 (127% de aumento), em típico movimento para criação de espaços visando acomodar contrapartes e os apadrinhados nos acordos de campanha. Típico aparelhamento do estado maquiado como governança.

As escolhas iniciais revelam abandono total dos conhecimentos básicos de gestão, aparentemente sem qualquer motivo justificável.

Não há necessidade de bola de cristal para prever que, novamente, haverá dificuldade para o fechamento das contas; que, mesmo em dificuldade financeira, o município vai realizar onde a iniciativa privada é competente; que a máquina oficial inchará; que a desindustrialização não será equacionada; etc., etc., etc.

Angustia a ausência de perspectiva para a redução da dependência do Rio ao Estado e a União, consequência da manutenção de obsoleto modelo político/administrativo alicerçado em remanescentes atrativos individuais.

Objetivos e modus operandi não diferem da administração anterior. Pouco, ou nada, de regenerativo se pode esperar.



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