A ONÇA PRECISA BEBER ÁGUA
Avança acelerada a guerra instalada entre os poderes da república, com o Executivo de um lado e a parceria do Judiciário com o Legislativo, do outro. O roteiro do conflito é bem conhecido.
Em passado recentíssimo, o Executivo decidiu se higienizar e auto implementou rigorosas medidas saneadoras que, não se sabe bem porque, provocaram desequilíbrio nas relações entre os poderes e geraram reações desproporcionais nos outros poderes, invariavelmente contra o país.
O Judiciário passou a legislar, a libertar delinquentes e a anular condenações de criminosos, enquanto o Legislativo não legislava e postergava indefinidamente a tramitação de projetos de interesse da nação.
Com o surgimento da pandemia, um plano, agora identificado, foi construído e executado com maestria. No início da epidemia, o Judiciário decidiu que todas as medidas de combate ao coronavírus eram de exclusiva responsabilidade dos estados e municípios, transformando o Executivo Federal em mero repassador de recursos.
Como esperado, a sentença favoreceu os descontroles financeiro e operacional, resultando em até hoje impunes desvios de recursos do contribuinte e ineficácia no enfrentamento do vírus.
Doze meses após a decisão, o mesmo Judiciário exige do legislativo a implantação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito – CPI para averiguar as responsabilidades do Executivo Federal (mero repassador de recursos por decisão do próprio Judiciário) nas ineficiências do combate ao coronavírus.
Percebe-se, com clareza, que a harmonia entre os poderes, cantada em verso e prosa pela Constituição, está sendo voluntariamente destruída por quem deveria guardá-la.
Imediatamente, o legislativo instala a CPI e designa como seus principais membros, parlamentares investigados em diversos crimes de desvios de recursos do contribuinte.
A podridão se alastra e o cenário institucional ultrapassa os limites da preocupação, colocando o país diante de uma simples, mas vital encruzilhada.
O brasileiro precisa escolher o que quer para o Brasil: honestidade ou desonestidade.