Os funcionários esquecidos
Ainda é utilizado nas organizações o modelo de pirâmide, em cujo ápice ficam poucos funcionários e, na base, a maioria, responsável, de forma geral, por “carregar o piano”, para os de cima tocarem – entretanto, não é mais assim.
Com o evento das redes sociais, todos têm acesso às informações em tempo real. Mesmo os que não tiveram oportunidade de se graduar estão conectados e trabalhando sem precisar de um local fixo.
Porém, muitas empresas ainda ignoram essa mudança, fato que divide as organizações entre “nós e eles”, com alguns atuando por satisfação e outros, apenas por necessidade.
A maioria recebe treinamentos e dispõe de restaurantes e toaletes diferenciados. Os relacionamentos são diferentes e, com isso, a distância aumenta dia após dia. O que muitos não percebem é que isso gera perda de produtividade e menos comprometimento.
Alguns empresários se iludem, acreditando que apenas passando a chamar os peões de colaboradores é suficiente. Ledo engano. É imprescindível fazer muito mais, como reduzir o número de níveis hierárquicos, reconhecer que a base demanda mais treinamento e atenção e que isso não representa despesa, é investimento, pois é onde está a possibilidade de aumentar a produtividade.
Para se ter uma empresa de alto desempenho, é essencial adotar estruturas planas, acabando com as divisórias internas. E não estamos falando de diferença salarial, porque esta é ligada a resultado – assim como temos produtos de valor agregado, há também as pessoas que fazem a diferença.
Em todos os planejamentos estratégicos, temos destacado a importância de se ter um novo olhar para os funcionários esquecidos. São demandas internas invisíveis. E a necessidade de implantar o Índice de Felicidade Interna Bruta – o FIB, por acreditar ser ela o objetivo principal da vida. Na sua empresa há os funcionários esquecidos? E a tal felicidade?
Hélio Mendes – Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia. [email protected] – www.institutolatino.com.br