FIRJAN ALÉM DA INDÚSTRIA
Empresas e governos desenvolvem cartilhas de planejamento para alcançar seus objetivos, identificando suas reais situações, definindo metas e planejando como atingi-las. Não há dúvida de que o pior de todos os cenários é não ter metas, sem as quais não há o que alcançar, restando como única alternativa aguardar e se dar por satisfeito com o que a sorte vier a oferecer.
Com fins de evitar a dependência do acaso e organizar condições para ultrapassar os desafios inerentes a um novo ciclo de crescimento do Estado, a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro – FIRJAN elaborou, em 2015 (obviamente sob a visão industrial), o Mapa do Desenvolvimento do Estado do Rio de Janeiro 2016-2025.
O documento é relevante contribuição, especialmente para os municípios com dificuldade em se relacionar com planejamento, estimulando fortalecimento da indústria e desenvolvimento regional equilibrado.
Para isso, o documento foi estruturado em Agendas Regionais, identificou ações e se organizou em fatores de competitividade como emprego, infraestrutura, sistema tributário, gestão pública e gestão empresarial.
Passados cinco anos e meio, mais da metade do percurso, nada foi realizado consequência de um misto de omissões municipais e escassez de recursos, porém há sinalização de que algumas atividades podem ser concretizadas em futuro não tão distante, como por exemplo, a nova pista de descida da Serra das Araras.
Outras continuam na prateleira, entre elas: duplicação da BR-393, entre Sapucaia e Volta Redonda; conclusão dos Planos Municipais de Mobilidade Urbana; implantação da rede ferroviária de passageiros entre São Paulo e Rio de Janeiro, com estações na região Sul Fluminense; construção da nova ligação (Barra do Piraí a Piraí) entre as rodovias BR-393 e BR-116 e elevação da escolaridade dos trabalhadores da indústria fluminense.
Nesse meio tempo, a penúria fluminense foi aplacada pela providencial privatização da Cedae, irrigando o caixa do governo e permitindo a organização de objetivos e o incentivo a reindustrialização.
Com fins de otimizar a aplicação dos recursos e atendendo demanda do governo estadual, a FIRJAN elaborou priorização das ações estruturantes.
O novo levantamento, entregue em meados de junho último sob o título “Rio Canteiro de Obras”, contém 22 atividades e investimentos da ordem de R$ 9,4 bilhões, com o objetivo específico de elevar a competitividade e a produtividade das indústrias fluminenses.
Como esperado, a maioria dos compromissos selecionados está concentrada no norte do Estado e se relaciona com o setor petróleo e gás, base da economia estadual, e somente um deles contempla a região Sul Fluminense: adequação do acesso (RJ-143 e RJ-153) ao Cluster Automotivo (Resende, Itatiaia, Porto Real e Quatis), cuja inclusão se justifica pelo seu poder financeiro, ao representar 10% do faturamento de toda a indústria fluminense.
Há, portanto, à disposição do Estado e dos municípios um rico e organizado portfólio contendo as principais carências da indústria, sintetizando interesse de grande parte da economia fluminense.
Sanar as deficiências exige complementar e imprescindível apoio político, dever de casa para as administrações municipais que almejam competitividade e desenvolvimento.
Luiz Bittencourt – Eng. Metalúrgico/UFF; M. of Eng./McGill University/Montreal/Canadá; Pós-graduado em Comércio Exterior/Universidade Mackenzie/SP; Consultor em Relações Institucionais.
Fonte: JORNAL BARRA NOTÍCIAS
COLUNA PONTO FINAL – OPINIÃO COM PRECISÃO
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