TERCEIRA VIA E O AUTOFLAGELO
A polarização eleitoral entre direita e esquerda no Brasil provocou a necessidade da criação de uma terceira via com vistas a criar expectativas de vitória para uma parte do espectro político, até então desprovida de possibilidades.
Então, os membros de partidos políticos que não são direita, nem esquerda, passaram a chama-lo de centro e se articularam para viabilizar candidaturas.
A filiação do ex-juiz Sérgio Moro ao Podemos e sua entrada no páreo para a Presidência da República fez um reboliço nas candidaturas da chamada terceira via.
Moro teve sua fase de herói nacional, chegou perto da unanimidade no ambiente centro-direita, mas permitiu que sua liderança fosse maculada.
Na caminhada para as eleições terá que recuperar a credibilidade perdida, sem a qual conseguirá somente a façanha de atrapalhar seus adversários/companheiros da terceira via.
Rodrigo Pacheco (PSD), atual presidente do Senado Federal, trocou de partido para viabilizar sua candidatura e poderia aspirar à boa performance com a possível ajuda das candidaturas de Datena ao Senado e de Alckmim ao Governo de São Paulo.
Pacheco nem chegou a lançar a candidatura, mas pode ser obrigado a repensá-la pelo chega-para-lá que recebeu de Moro.
O DEM se uniu ao PSL criando o União Brasil e, pelas informações da mídia, articula-se para lançar o Ex-Ministro da Saúde Mandetta, que utilizou com maestria a comunicação no início da pandemia, porém, ao ser exonerado do Ministério, perdeu grande parte da imagem de herói que tentou construir.
No PSDB, a briga interna, entre João Doria e Eduardo Leite, pela indicação para concorrer à Presidência da República parece, nessa reta final, tender para Doria.
Se a tendência prevalecer, é provável que Doria não abra mão de sua candidatura, elevando o risco da terceira via entrar dividida nas eleições.
Enquanto a terceira via tenta se entender, a esquerda com Lula e Ciro se engalfinha, encontrando dificuldades em atrair eleitores, que não das suas bases.
Os resultados das administrações Lula e Dilma destruíram as imagens públicas de toda a esquerda.
A perspectiva, hoje com terceira via indefinida, sinaliza disputa para Presidente da República entre direita e esquerda, com Bolsonaro e Lula (ou seu preposto), com significativa vantagem para a direita.
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