Novas regras eleitorais e a insegurança jurídica criada pela espera da decisão do STF sobre as federações partidárias, a acontecer somente em fevereiro, formam ambiente nocivo à sobrevivência de alguns partidos. Enquanto a decisão não sai, os partidos de oposição, especialmente os pequenos, encontram-se em uma encruzilhada entre sobreviver ou tentar conquistar o GDF.
Até agora sem federações, as dificuldades se avolumam para os pequenos partidos elegerem representantes nas proporcionais. Com a possibilidade da federação, os partidos se veem obrigados, exclusivamente por sobrevivência, a se unirem até com quem não gostariam. Como não há mais possibilidade de coligação, restou a federação como o instrumento salvador da pátria.
Ao priorizar a sobrevivência, a conquista do poder executivo perde relevância e passa a ser objetivo secundário para os partidos de oposição. A meta é eleger representantes nas proporcionais e cumprir as cláusulas de barreira.
Temos, então, um quadro extremamente favorável à situação do DF.
Além do poder exercido pela caneta, a candidatura da atual administração recebe, como reforço, uma oposição, especialmente a parte relativa aos partidos pequenos, ameaçada pela legislação eleitoral. E a necessária união desses coagidos partidos vai retirar o foco do GDF e levará em conta, como principal motivação, a sobrevivência partidária.
Há quem avalie que o quociente eleitoral do DF vai girar ao redor de 180 mil votos, o que, reconheçamos, dificulta a eleição proporcional sem a muleta da federação.
O cenário, não resta dúvida, é bastante desfavorável para a competitividade da oposição, tornando imprescindível a articulação, a união e a utilização de eficientes estratégias, para avançar na conquista de dois objetivos contrastantes.