A competição para governador no DF apresenta hoje cenário inusitado, provavelmente por conta das novas regras eleitorais e pelo emaranhado de possibilidades e de riscos que as negociações para federação estão criando.
Pré-candidatos comuns a cargos proporcionais, receosos de serem transformados em cabos eleitorais, estão inseguros e aguardam o minuto final para escolherem suas legendas. Essa indecisão repercute nas decisões dos pré-candidatos a cargos majoritários e o jogo de empurra se instalou.
O fato é que estamos quase em março, data limite para as filiações, situação e oposição estão em fases distintas de preparação para o pleito de 2022.
A situação, com possíveis candidatos alternativos, tanto para o pleito majoritário, como para o proporcional, atua na captação de apoios partidários, incluindo administração de partidos satélites para distribuir seus pré-candidatos, adequando-se às novas regras eleitorais.
A meta atual da situação é construir uma nominata para as eleições proporcionais.
A oposição, também com possíveis candidatos alternativos, tanto para o pleito majoritário, como para o proporcional, articula a formação de uma frente partidária, tentando identificar um nome para liderar a campanha ao GDF.
A meta atual da oposição é definir o candidato para o GDF.
Em etapas distintas do processo eleitoral ambas, situação e oposição, estão extremamente dificultadas pelo equivocado cronograma eleitoral que decidiu a data limite para as federações após a data limite para as filiações.
Corroborando o antagonismo que sempre representa situação e oposição, a grande diferença atual entre elas do Distrito Federal reside no fato de que a situação apresenta várias certezas e a oposição está repleta de incertezas. Ambas necessitam construir convergências e, mesmo estando quase no mês de março (data limite para as filiações), sentem-se pressionadas pela inexistência de fórmulas que parem os ponteiros do relógio.
Sem solução para o avanço do tempo, a situação inicia temporada de caça a pré-candidatos à proporcional, enquanto a oposição aguarda paciente e passivamente a decisão isolada de seu provável pré-candidato ao GDF, correndo sério risco de a tardia definição significar perder o bonde da eleição.