Os conflitos armados na Ucrânia estão trazendo à tona uma incômoda dependência, criando riscos para a produção agrícola brasileira.
O agronegócio brasileiro conseguiu, em meio século, a façanha de multiplicar por seis sua produção de grãos utilizando somente o dobro da área plantada. As causas? Gestão, tecnologia, produtividade e fertilizantes.
De acordo com a Embrapa, o solo brasileiro é pobre em nutrientes tornando, portanto, obrigatório o uso de fertilizantes e, por enquanto, o Brasil em seu quarto maior mercado.
Nos últimos quatro anos, as importações brasileiras de fertilizantes quase dobraram, passando de US$ 8,6 bilhões, em 2018, para US$ 15,1 bilhões, em 2021.
Esse volume de importação se aproxima dos 90% das necessidades nacionais e traduz perigosa dependência para um global player protagonista da segurança alimentar do planeta.
Há, todavia, alternativas caseiras para essa até agora submissão comercial, mas a procura por soluções somente ocorre quando anormalidades internacionais dificultam o acesso aos insumos. Exatamente o caso atual pela participação da Rússia no conflito com a Ucrânia.
A Rússia é o maior fornecedor de fertilizantes para o Brasil, representando 23% de todas as importações nacionais desse insumo, sendo que somente os fertilizantes representam 62% das importações brasileiras da Rússia. Ótimo negócio para produtores russo que assumem os lucros, encarecendo a produção nacional.
O agrobusiness é o maior negócio da economia mundial e a dimensão alcançada pelo agronegócio nacional não permite nova postergação para a redução da dependência internacional de fertilizantes.
O Brasil possui uma das maiores reservas de potássio do mundo, improdutiva e inútil até a data de hoje por legislação ambiental obtusa e desequilibrada proteção indígena. Não faz sentido um país possuir uma riqueza e não poder usá-la por inconsistentes argumentos de conveniência política.
A exploração das reservas brasileiras de potássio é de interesse nacional.