No período entre o fim da Segunda Guerra Mundial e o término da Guerra Fria (se ela de fato teve fim), simbolizado pela queda do Muro de Berlim em 1989, o mundo tornou-se bipolar. De um lado, os Estados Unidos da América, como símbolo da democracia e do liberalismo econômico; do outro, a Rússia, com o regime socialista e a economia controlada pelo Estado. Neste momento são visíveis o enfraquecimento dessas duas grandes nações e o fortalecimento da China.
A geopolítica já há algum tempo tem um formato atualizado por atores que chegaram ao espaço mundial, não mais controlado pelos dois referidos países. E tais atores agem de formas imprevisíveis. Não há mais consenso, mas sim países, grandes corporações, grupos religiosos, setor financeiro, mídias e o mais invisível, o crime organizado, numa interdependência difícil de ser avaliada, porém, com uma certeza: uma má jogada e todos perdem.
Neste circo mundial, temos ainda os globalistas, defensores de um mundo controlado por um grupo de tecnocratas, liderados por Bill Gates e George Soros. São movidos pelo interesse econômico. O pragmatismo pode selar o fim destes.
O Brasil pode ser o grande vencedor, por ser a fazenda produtora de alimentos do planeta, caso se conecte de forma estratégica ao parque industrial da Terra, a China. Vale lembrar que os chineses caminham para a democracia. Até agora o governo brasileiro tem movido corretamente as pedras no grande tabuleiro de xadrez. Devemos acreditar e é possível, entretanto, temos que vencer a mesquinha política interna, em que muitas oligarquias colocam seus interesses acima do nacional; e ter um projeto de nação à altura do nosso potencial.
Hélio Mendes – Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia. [email protected] – www.institutolatino.com.br
