O Brasil ainda é um país sem projeto, sem planejamento – e assim também é a maior parte das organizações nacionais. Chamam o Planejamento Tático de Estratégico, porque não têm estratégia.
Quando planejam, definem um horizonte de apenas um ano. E o mais grave: esquecem esse documento na gaveta e, quando o tiram, só alguns privilegiados têm acesso, o que nos lembra muito das missas rezadas em latim, nas quais apenas o padre entendia.
Quando propomos um horizonte até 2050, a maioria contesta: “Fica muito distante!”. Será? Respondo: “São apenas 28 anos, este consumidor já existe, são nossos filhos e netos, que nasceram em um mundo onde os planejamentos eram feitos para corporações lineares. Hoje eles estão estudando ou já trabalhando em empresas exponenciais. Muitos moram no Brasil e trabalham em empresas em outros países”.
Para ser Planejamento Estratégico, tem que ter horizonte de longo prazo; caso contrário, são Táticos ou Operacionais. E não se pode demorar para fazê-lo, muito menos para atualizá-lo.
Temos uma forte razão para defender o 2050: hoje somos no mundo 7.8 bilhões de habitantes. Em apenas 28 anos seremos 9 bilhões, ou seja, 1.2 bilhão a mais. Quem irá atender estes novos consumidores: a sua empresa, as novas ou seus concorrentes?
A palavra do momento não é mais mudança; todo mundo já sabe que deve mudar, apesar de poucos tomarem essa atitude. Agora é acelerar, porque, vale reafirmar: o novo consumidor já existe, são nossos filhos e netos, uma geração diferente, e o aumento da população é real.
A questão é: quem vai atendê-los?
Hélio Mendes – Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia. [email protected] – www.institutolatino.com.br