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VEGANOS REPRESENTAM 3% DA POPULAÇÃO

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O consumidor, inspirador das inovações, cria e altera hábitos que terminam por mobilizar, redirecionar e até provocar radicais movimentações em cadeias produtivas. Nenhum setor está livre dessa ameaça ou, se adequadamente tratada, oportunidade.

Presenciamos ao longo do tempo na cadeia alimentar mudanças causadas pelo consistente sucesso nutritivo da proteína animal, atraindo propostas alternativas com base na permuta de alimentos. Surgiram, então, nesse leque de opções, o vegetariano (não come carne, ave, peixe ou marisco), o flexitariano (vegetariano que ocasionalmente come carne ou peixe), o pescetariano (come somente peixes e frutos do mar) e o vegano (a mais radical das dietas, pois rejeita todos os produtos de origem animal – carne, ovos, leite, etc).

Ao trabalharem a limitação do consumo da proteína animal, essas dietas, criadas inicialmente por preferências alimentares, passaram a ser utilizadas por aficionados da defesa animal e por setores produtivos concorrentes de alguns subprodutos da proteína animal, tentando formatar novo conceito com o objetivo de conquistar mercado. Esse expediente tem-se utilizado de algumas distorcidas informações e até encontrado alguma reverberação, promovendo desgaste em imagens de alguns subprodutos, com possibilidade de irresponsáveis consequências disruptivas.

Qual seria a atual dimensão da ameaça?

Artigo elaborado por Edouard Mathieu e Hannah Ritchie, publicado em 13 de maio último no site Our World in Data, analisa recente levantamento realizado por grupo de pesquisa do Reino Unido, com cerca de 2 mil consultas sobre preferências alimentares.

A pesquisa revelou 7% dos britânicos com dietas que evitam proteína animal, sendo o perfil composto de 5% vegetarianos e 2% veganos. Por outro lado, 3% são pescetarianos e 16% flexitarianos, resultado que se repetiu em outros países.

Segundo o artigo revela, o Instituto Gallup identificou, em 2018, também 5% dos Norte Americanos como vegetarianos e 2% como veganos.

Da mesma forma, em 2018 a empresa de pesquisa de mercado Ipsos Mori, identificou, em amplo levantamento envolvendo 28 países, o perfil de dietas com 5% vegetarianos, 3% veganos e 3% pescetariano. O ponto fora da curva foi a Índia, com 20% de vegetarianos.

Do lado da oferta de proteína animal e para atender crescente demanda, a cadeia produtiva evoluiu de 71 milhões de toneladas, em 1961, para cerca de 340 milhões de toneladas, em 2020, quintuplicando a produção nos últimos 60 anos.

Os números registrados mostram que o aumento da demanda por proteína animal não tem sido (e provavelmente não será) significativamente afetado por dietas restritivas, limitadas na realidade a cerca de 3% (veganos) ou a cerca de 8% (se agruparmos vegetarianos e veganos) da população.

Estamos, então, presenciando um limitado segmento da população, que em hipótese alguma representa ameaça e cuja participação proporcional no universo de habitantes tende a se reduzir, sendo utilizado por alguns setores oportunistas como instrumento de intimidação para desestruturar relevantes elos de cadeias produtivas.

 


Luiz Bittencourt – Eng. Metalúrgico/UFF; M. of Eng./McGill University/Montreal/Canadá; Pós-graduado em Comércio Exterior/Universidade Mackenzie/SP; Consultor em Relações Institucionais.


[email protected] www.revistadiaria.com.br
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