A Teoria do Desenvolvimento Organizacional surgiu em 1962, criada com objetivo de facilitar o desenvolvimento das organizações.
Uma estratégia de mudança, classificada como Teoria X, para transformar as empresas que tinham valores e crenças mecanicistas, onde o colaborador era apenas peça de uma engrenagem – o que, por sinal, funcionou bem durante muitos anos. O economista norte-americano Douglas McGregor de certa forma a contrapôs, criando uma nova forma de pensamento, na qual propunha a passagem para um modelo orgânico denominado Teoria Y. Seu livro foi utilizado até os anos 90 por empresas no mundo todo.
Entretanto, no momento há um hiato entre as companhias tradicionais que chegaram com sucesso ao fim do século XX, em relação às que iniciaram atividades neste novo século, consideradas organizações exponenciais. Até as escolas de negócios não conseguiram ainda estabelecer com clareza essa ponte, mas é viável e necessário criar um novo desenvolvimento organizacional – D. O., partindo do preceito de McGregor que prega: “O trabalho é tão natural como o lazer, se as condições forem favoráveis”. Para isso acontecer é necessário o respeito aos valores básicos e a aceitação de que cada um tem uma visão de mundo.
Como agir? Fazendo um raio-X da organização, ou seja, quais os valores, crenças e processos existentes, batizando o quadro existente de “A”, ouvindo os colaboradores e o mercado; e criar um modelo necessário e possível, chamando-o de “B”. Tendo ambos bem detalhados, é possível criar uma estratégia (uma ponte) e passar de “A” para “B” – não mudando as pessoas com choque, como era feito antes, mas sensibilizado os três níveis da estrutura de modo a criar condições a fim de que façam a passagem do modelo atual para o desejado pelo mercado. Essa modificação não pode ser feita por poucos e não é uma questão apenas técnica.
Toda mudança exige um aprendizado.
Esta não é uma proposta de fora para dentro, mas de dentro olhando-se para fora, cujo objetivo é fazer uma transformação organizacional, com todos olhando para a mesma direção. Lembrando: criar, implementar uma boa estratégia não pode ser mais função apenas dos que estão no ápice da pirâmide, e sim de toda a organização.
Hélio Mendes – Consultor de Estratégia e Gestão, professor da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra, com curso de Negociação pela University of Michigan, Gestão Estratégica pela University of Copenhagen e Fundamentos Estratégicos pela University of Virginia. – [email protected] – www.institutolatino.com.br