A legislação eleitoral, atualizada para atender mentores e afilhados do judiciário, emaranhou-se no compadrio, perdeu a cronologia e acabou por transformar as convenções partidárias, especialmente no Distrito Federal, em verdadeiro saco de gatos, criando insegurança jurídica e desfazendo diversos acordos políticos.
Ninguém mais sabe quem será quem, até que os registros das convenções ocorram em 15 de agosto.
Em que pese essa balbúrdia, algumas decisões são irreversíveis e diversas conclusões estão muito claras.
A mais midiática de todas as confusões foi a novela em que se transformou o acordo não cumprido pelo União Brasil, presidido por Manoel Arruda que não deixou alternativa para o Senador Reguffe (UB) a não ser recusar a pré-candidatura ao Governo do Distrito Federal e, teoricamente, se ausentar das atividades políticas pelos próximos quatro anos.
Firme em seus posicionamentos, Senador Reguffe não aceitou alteração nas condições que o levaram a aceitar o convite da União Brasil para se filiar ao partido, que lhe garantia autonomia total para a formação de sua chapa majoritária para concorrer ao Governo do Distrito Federal.
Cenários políticos diariamente modificados, porém, levaram o União Brasil a rever suas condições e, consequentemente, perder seu natural candidato que inspirava e representava forte oposição ao atual Governador Ibaneis Rocha (MDB), candidato à reeleição.
A decisão tomada pelo partido direcionou o União Brasil a apoiar o atual governador, o que libera o ex-candidato a se movimentar com total liberdade no ambiente oposicionista, sugerindo seu relevante apoio político àquele que se apresentar competitivo e representar condições eleitorais de êxito.
Até 15 de agosto, as articulações políticas ferverão no Distrito Federal, mas as decisões de algumas convenções partidárias ocorridas hoje, 5 de agosto, permitem prever um fortalecimento da oposição em torno de uma experiente liderança, com enormes ganhos de musculatura política, de capital eleitoral e de projetos de desenvolvimento.
Os desencontros estão, sem dúvida, reorganizando e empoderando a oposição.