Por que a maioria das empresas e até setores nacionais estão deixando de ser competitivos e outros nem alcançam o patamar no qual poderiam estar?
Desde 1985 somos consultor de Planejamento Estratégico Empresarial e Setorial. O foco das empresas nacionais tem sido o ambiente nacional, tendo pouco direcionamento ao internacional, por diversos motivos. O mais visível é cultural.
Mesmos as escolas de negócios dão pouca ênfase ao macroambiente global. Trabalhamos em multinacional durante um bom tempo, vivenciando o fato de que parte delas tem no Brasil apenas plantas operacionais – as inovações vêm da matriz. Quem está na unidade daqui detém pouca informação no aspecto estratégico.
Dentro desse quadro, vemos que o Agronegócio brasileiro se destaca no uso de tecnologia na área de produção, mas cabe às empresas que compram os produtos do Agro a industrialização e a comercialização – e essas etapas acontecem fora do País.
Essa visão parcial dificulta que tenhamos competitividade global, criação de produtos com valor agregado e estratégia competitiva mundial, pois o consumidor final está distante de nós.
É louvável o investimento que as empresas nacionais têm feito em inovação nos últimos anos, provocado pelas novas tecnologias na área de informação. É um avanço, porém, insuficiente para se atuar no espaço mundial, porque a tecnologia fornece ferramentas, mas não capacidade de estratégia de gestão.
Para obter de fato uma competitividade sustentável e com isso aumentar a produtividade, é necessário ampliar a visão, passar a dar mais ênfase às movimentações internacionais do que à nacional, ou seja, reconhecer que a luta ocorre em uma arena maior, onde as regras são diferentes – e como são!