Li uma entrevista do prefeito de Barra do Piraí comemorando os resultados dos sete dias do carnaval barrense, onde comenta sobre a alegria, os avanços turísticos, a ocupação hoteleira, a ampliação do comércio e dos ambulantes.
É, obviamente, um discurso conveniente para suas aspirações políticas, mas de difícil aval ou contestação, sem elementos precisos.
Por outro lado, a semana carnavalesca foi também palco de inundações no município, com ruas e casas alagadas. Para essa tragédia, os discursos políticos culpam, como sempre, atitudes de empresas e cidadãos, flatulências bovinas, cobram aluguéis sociais, mas não há manifestação de interesse pela sua definitiva solução.
Não é missão de prefeitura procurar culpados, mas entregar soluções. Não é missão da prefeitura culpar a Light ou os desmatamentos, mas garantir ao barrense que sua propriedade não seja alagada.
Para piorar, diversos bairros continuaram desabastecidos de água, passando a conviver com o paliativo assistencialista do caminhão pipa, em demonstração de que, a olhos vistos, Barra do Piraí se nordestiza além do padrão de desenvolvimento econômico.
A maioria das soluções é constantemente substituída por um paliativo assistencialista que encanta os políticos por ser de mais confortável administração do que o exigente dever de casa (conhecimento técnico, comprometimento, competência, gestão, etc.), além de, convenientemente, vincular votos.
Como se não bastasse a abundância destruidora e o deficiente abastecimento da água, o barrense ainda se defrontou, durante os sete dias de folia, com anormal quantidade de lixo nas ruas.
Não há como transbordar alegria e usufruir do carnaval com tantas ameaças ao redor.
Ao político da nova geração resta a sugestão para descartar o modelo politicamente viciado e administrativamente vencido, orientando-se para: entregar soluções, recuperar o município, promover desenvolvimento, gerar emprego, restituir a tranquilidade e a confiança.
Os votos virão.