As belezas naturais de toda a região da Costa Verde fluminense são conhecidas e objeto de desejo daqueles que possuem bom gosto e sabem apreciar as belezas da natureza.
Da região, Mangaratiba é um dos municípios de maior extensão de praias paradisíacas, com destaque para a praia de Ibicuí. Nem grande, nem pequena, águas mansas, vista incomparável, povo acolhedor, denominada no passado de Jardim do Eden, Ibicuí foi descoberta e, por mais paradoxal que possa parecer, começou aí o seu drama.
A desejada atração turística, que contribuiria para alavancar a economia local, não foi adequadamente gerida pelo poder público e seu crescimento turístico, que deveria ser perene, com agregação de valor à qualidade de vida, vem ocorrendo de forma desordenada, destruindo e desvalorizando a doação da natureza.
Para começar, não há controle de acesso à praia, permitindo um número de automóveis muito acima da capacidade de estacionamento, entupindo ruas e obstruindo garagens. Dias ensolarados resultam em caos para Ibicuí, desagradando moradores e turistas.
Como consequência, a quantidade de visitantes excede, em muito, a capacidade local de uso do espaço por metro quadrado e os serviços perdem eficiência. Como se o exagero não bastasse, a praia está loteada em quase sua total extensão por vinculação de serviços (cadeiras, guarda-sol e consumo), constrangendo e até eliminando as opções de quem não necessita e não quer esses serviços.
Para piorar, a ausência de fiscalização, visando garantir que o bem público seja utilizado com civilidade, obriga o banhista a conviver com som elevado, sujeira, restos de alimentação e toda sorte de lixo que degradam a imagem de Ibicuí e reduzem seu potencial econômico.
O futuro da praia de Ibicuí ficou no passado, consequência do abandono da inapetência oficial.
Não custa lembrar de que praia é espaço público, sendo responsabilidade da prefeitura garantir que se mantenha público, de preferência organizado.