Barra do Piraí chega aos 133 anos de forma um tanto quanto melancólica para sua história e para o potencial do município.
De começo difícil, Barra construiu rica trajetória de sucesso lastreada no protagonismo da iniciativa privada.
Até completar seus 70 anos, o município liderava econômica e politicamente a região sul-fluminense, consequência de seu compromisso com o desenvolvimento, ancorado em competente, dinâmico e articulado conjunto (comércio, indústria, agricultura, serviços e organização política).
Com a entrada em operação da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN, surgiu a primeira real ameaça à liderança econômica barrense, inserindo uma nova economia com poder e brilho próprios: Volta Redonda. A partir daí, Barra do Piraí teve sua matriz econômica abalada, viu sua capacidade de investimento despencar, a desigualdade social aumentar e foi deslocada no ranking dos municípios.
Em seguida surgiu a decisão nacional de abandonar o modal ferroviário, retirando de Barra do Piraí uma de suas mais extraordinárias vantagens comparativas.
Mesmo com esporádicos investimentos privados, Barra perdeu seus poderes econômico e político. Empregos despencaram e a situação fiscal se deteriorou, tendo como principal causa a redução da receita pela contração da base arrecadadora.
Sem sustentação econômica, o município não tem encontrado solução para a instalada crise estrutural, sendo levado a alterar sua lógica de gestão, substituindo o processo de definição do norte por algo similar a uma biruta e se submetendo à extrema dependência de recursos federativos.
Consequentemente, as últimas cinco/seis décadas de Barra do Piraí se caracterizaram por infrutíferas tentativas de crescimento, remanescendo sobrevivência como única alternativa.
Resta-nos desejar que Barra alcance o desenvolvimento produtivo, consiga restaurar seus poderes e resgate a esperança do barrense.
Parabéns e prosperidade para Barra do Piraí!
