“Planejamento passou a ser, no Brasil, algo maldito” – frase recente do ex-ministro Aldo Rebelo, um brasileiro apaixonado pela Amazônia.
Este artigo detalha um pouco mais um dos pilares da nossa metodologia de gestão para cidades.
Infelizmente é verdade, a descontinuidade administrativa nos três planos de governo acontece e explica o motivo de não termos boas gestões, seja na área pública, seja na empresarial. Falta planejamento de longo prazo.
A maioria dos gestores públicos, se assim os podemos chamar, conduz a máquina pública sem planejar, “são barcos levados pelo vento”. Quando faltam recursos, aumentam os impostos ou contraem dívidas para o sucessor pagar. No setor privado é um pouco melhor, mas abaixo do que poderia ser.
Há uma ressalva: temos poucas escolas especializadas para atender ao setor público, a maioria é focada na área privada. Por que tão poucas? Há necessidade, mas não há cultura para entender a sua importância.
Os que atuam na área pública deveriam ser as pessoas mais preparadas; entretanto, não é o que ocorre. São minorias que se preocupam em desenvolver-se, por vários motivos. Os melhores cargos são ocupados para atender a interesses políticos e os salários de forma geral são inferiores aos pagos na iniciativa privada, o que leva a uma baixa produtividade ou ao desvio de recursos.
Mas acreditamos que tende a melhorar. O cidadão está ficando cada dia mais consciente e, internamente, os bons funcionários públicos – são muitos – têm externado a insatisfação com o modelo atual.
Hélio Mendes – Consultor de empresas, foi secretário na área de planejamento e meio ambiente da cidade de Uberlândia/MG; é professor em cursos de pós-graduação e da Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra – ADESG e membro do Instituto SAGRES – Política e Gestão Estratégica Aplicadas, em Brasília.
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