O que tem motivado o barrense a se engajar em um movimento em defesa do município?
Por incrível que possa parecer, não há um motivo específico, mas um conjunto de causas incomodando o barrense e o levando a se articular por Barra do Piraí.
Ao perguntar o porquê dessa atitude, a primeira resposta foi indignação com a constante falta d’água. Outros responsabilizaram o caos do transporte público. Outros se disseram constrangidos com a crescente sujeira do município. Outros, ainda, relataram insatisfação com o atendimento na área da saúde. Muitos dos barrenses consultados estão inconformados com o nível insatisfatório de ensino público municipal. Outros se manifestaram descontentes não só com a quantidade, mas principalmente com a qualidade da oferta de empregos. Outros reclamaram da desinformação. Houve quem questionasse a falta de oportunidades e o consequente empobrecimento da população. Alguns relataram incredulidade por não haver norte para Barra do Piraí. Enfim, a reação é típica de município que não consegue entregar a expectativa da população.
Chega-se à conclusão de que esse conjunto de insuficiências forjou convergência em razoável contingente da população barrense, influenciando, como não poderia deixar de ser, relevante parte da política local. Aliás, não há registro, na história recente de Barra do Piraí, de um espontâneo e coletivo comportamento reativo a favor do município.
Parece que o barrense passou, enfim, a entender que grande parte das soluções do município passa pela sua capacidade de acompanhar e propor soluções. E está constatando que nas dificuldades, a união lhe fornece voz. Entendeu também que a participação nessa articulação é voluntária e independe de credo, classe social ou ideologia, até porque sem união, a oportunidade desaparece.
O barrense também já está percebendo que quem faz Barra do Piraí não é a prefeitura. É o barrense.
Por tudo isso, a possibilidade da união surgiu naturalmente como única forma de substituir o modelo que se reproduz em inconveniências por outro estruturado em fomento a produção, avaliação de desempenho, crescimento econômico, geração de emprego, qualidade na educação, equilíbrio fiscal, autonomia financeira e eficiência no serviço público.
De outra forma, provavelmente as chances de Barra do Piraí oscilarão entre seis e meia dúzia.
Por: Luiz Bittencourt:
Luiz Bittencourt – Eng. Metalúrgico/UFF; M. of Eng./McGill University/Montreal/Canadá; Pós-graduado em Comércio Exterior/Universidade Mackenzie/SP; Consultor em Relações Institucionais.REVISTA DIÁRIA | [email protected]
SUGESTÃO DE LEITURA: A QUALIDADE DE VIDA EM BARRA DO PIRAÍ
