ARTIGO
A NECESSIDADE DE GERAR EMPREGO PARA O BARRENSE
Encerrado o primeiro semestre de 2024, os resultados alcançados pelo município oferecem aos pré-candidatos a possibilidade de avaliação do desempenho municipal e a oportunidade de mais acurada definição de prioridades, permitindo a conjugação de crescimento econômico com expectativas da população.
Há, sem dúvida, uma especial preocupação do barrense com a oferta de emprego e os resultados chancelam a apreensão. Nos seis primeiros meses de 2024, a economia barrense registrou 3,3 mil admissões formais e 3,5 mil demissões, resultando em saldo negativo de 231 empregos, performance que classificou Barra do Piraí em 85º lugar entre os 92 municípios do Estado do Rio de Janeiro.
No mesmo período, o ambiente de negócios barrense proporcionou a criação de 123 novas microempresas, desempenho que correspondeu a 7% do realizado pela região e não compensou a perda dos postos de trabalho.
Essa performance agrava a reduzida oferta de empregos formais, atualmente em 17% da população, e pressiona o já baixo salário médio desses empregos, que corresponde à metade do salário médio da região. Como consequência, cresce o contingente de barrenses cadastrados como de baixa renda, aproximando-se, de forma apreensiva, dos 40% da população.
A pressão sobre os empregos não é recente. A desindustrialização do município provocou, a partir de 2016, vertiginosa queda nas exportações dos produtos “made in Barra”, afetando drasticamente o emprego por toda a década.
EXPORTAÇÕES DE PRODUTOS BARRENSES
2014 A 2023
Fonte: Comexstat/MDIC
As exportações barrenses, como registra o gráfico acima, despencaram de US$ 16 milhões, que já era limitada em 2015, para US$ 900 mil em 2023. Consequentemente o desemprego, indissociável da exclusão social, alimentou o contingente que recebe Bolsa Família, levando-o a alcançar 16% da população barrense, benefício que corre o risco de se ampliar pela ausência de política de inclusão produtiva.
Parece claro que, nessa última década e nesse semestre, o modelo utilizado para gerar emprego não entregou as necessidades do município.
Parece, também, não haver dúvida de que o emprego se transformou no mais importante ativo da gestão municipal e sua recuperação passa por adequação do modelo e por estratégias de reindustrialização. De outra forma, relativizar a necessidade de produção pode condenar o município a estagnação e o barrense a baixa renda.
Crescem as exigências para os planos de governo.